Sim, embora pareça tratar-se de uma nova versão da levada, ou azenhas, não é nada disso. Este açude passageiro situa-se junto à EN 301, no sítio de extra-coura e resulta, nem mais nem menos, da água proveniente do rego das presas de Chelo, exactamente o mesmo que fica sob o nó de Vilar de Mouros sul. As fotos (clicar para aumentar) foram tiradas no passado dia 8 de Outubro e esta enxurrada aconteceu apenas porque choveu com alguma intensidade durante umas escassas horas.
- Um tem a ver, é evidente, com a dificuldade de escoamento das águas por deficiente limpeza dos regos até ao rio; como se sabe as leiras estão, quase todas, de monte e as novas tecnologias ainda não conseguiram pôr os regos em regime de auto-limpeza; houve tempos (lembram-se?) em que foram concedidos apoios para os lavradores deixarem de produzir e agora é o que se vê.
- O outro e, quanto a mim, mais importante, deve-se à construção do IC1/A28, a tal auto-estrada que tinha de ser feita “custasse o que custasse”. Pronto, custou o que custou e ainda vai custar mais a partir de 15 de Abril, quando tivermos de abrir os cordões à bolsa para andarmos nela.
Curioso é que, na fase de discussão pública e processo de obras, alguns importantes responsáveis políticos locais e mesmo nacionais, tenham dado preferência ao depressa e barato em detrimento da qualidade e da escolha da melhor opção.
Durão Barroso ainda não tinha dado à sola para a Europa, era 1º ministro quando ocorreu uma pacífica manifestação (na marginal de Caminha, em dia de visita sua a esta vila) contra o traçado da estrada e a Sra Presidente da Câmara, em vez de se pôr ao lado dos manifestantes ou, no mínimo, ouvi-los e não os hostilizar preferiu, à sua boa maneira do quero, posso e mando, participar à GNR e tudo fazer para impedir que a manifestação se concretizasse. Não o conseguiu (eu e muitos vilarmourenses, mesmo do PSD, honra lhes seja feita, estivemos lá) mas conseguiu fazer com que cinco cidadãos (dois de Vilar de Mouros, Carlos Alves e Paulo Bento) fossem constituídos arguidos e ficassem com termo de identidade e residência fixa, como quaisquer vulgares criminosos. Claro que a sentença declarou-os inocentes e criticou duramente a Câmara, mas entretanto já tinham passado três anos. Relembro isto porque muito boa gente parece já se ter esquecido e é um marco negro na história recente de Caminha.
Agora a mesma presidente já manifesta muita preocupação com problemas que estão a acontecer, sobretudo no vale do Âncora, em resultado de erros e incumprimentos cometidos na construção da estrada. Pois é, em Vilar de Mouros, apesar de toda a luta que travámos (de Âncora não transpiraram, à altura, grandes objecções, pelo menos por parte dos autarcas…) e dos muitos impactes negativos que conseguimos evitar, alguns aí estão, bem visíveis.
Curioso é que, na fase de discussão pública e processo de obras, alguns importantes responsáveis políticos locais e mesmo nacionais, tenham dado preferência ao depressa e barato em detrimento da qualidade e da escolha da melhor opção.
Durão Barroso ainda não tinha dado à sola para a Europa, era 1º ministro quando ocorreu uma pacífica manifestação (na marginal de Caminha, em dia de visita sua a esta vila) contra o traçado da estrada e a Sra Presidente da Câmara, em vez de se pôr ao lado dos manifestantes ou, no mínimo, ouvi-los e não os hostilizar preferiu, à sua boa maneira do quero, posso e mando, participar à GNR e tudo fazer para impedir que a manifestação se concretizasse. Não o conseguiu (eu e muitos vilarmourenses, mesmo do PSD, honra lhes seja feita, estivemos lá) mas conseguiu fazer com que cinco cidadãos (dois de Vilar de Mouros, Carlos Alves e Paulo Bento) fossem constituídos arguidos e ficassem com termo de identidade e residência fixa, como quaisquer vulgares criminosos. Claro que a sentença declarou-os inocentes e criticou duramente a Câmara, mas entretanto já tinham passado três anos. Relembro isto porque muito boa gente parece já se ter esquecido e é um marco negro na história recente de Caminha.
Agora a mesma presidente já manifesta muita preocupação com problemas que estão a acontecer, sobretudo no vale do Âncora, em resultado de erros e incumprimentos cometidos na construção da estrada. Pois é, em Vilar de Mouros, apesar de toda a luta que travámos (de Âncora não transpiraram, à altura, grandes objecções, pelo menos por parte dos autarcas…) e dos muitos impactes negativos que conseguimos evitar, alguns aí estão, bem visíveis.
Este “açude espontâneo” acontece sobretudo porque, com a construção da auto-estrada na encosta norte/poente do monte (a população queria-a por detrás da Gávea, na encosta sul/nascente), inúmeras linhas de água que escorriam, suavemente, monte abaixo e se encaminhavam, por pequenos regos, até ao rio, foram cortadas e concentradas numas poucas, aumentando exponencialmente o seu caudal e dando origem a fenómenos como este.
A própria limpeza dos regos torna-se agora bem mais complicada devido a dois factores determinantes:
- a maior fragilização dos terrenos circundantes à via construída, devido ao movimento de terras e a fúria de correntes como a que as fotos documentam, provocando um aumento desmesurado da erosão e o consequente arrastar de entulhos que entopem com facilidade e frequência todos os regos a jusante, como é o caso.
A própria limpeza dos regos torna-se agora bem mais complicada devido a dois factores determinantes:
- a maior fragilização dos terrenos circundantes à via construída, devido ao movimento de terras e a fúria de correntes como a que as fotos documentam, provocando um aumento desmesurado da erosão e o consequente arrastar de entulhos que entopem com facilidade e frequência todos os regos a jusante, como é o caso.
E agora… os proprietários vítimas de erros alheios…que se desenrasquem, não é?
Deixo aqui um apelo à população e, em especial, à Junta de Freguesia para que se mantenham atentos a este e outros problemas que venham a suceder, de modo a exigir responsabilidades a quem de direito.
Muito bem explicado este fenómeno de origem "animal". Todos os apelos lançados vão cair em saco roto, a urgência em fazer as coisas sem pensar nas consequências é um mal cada vez mais comum dos que decidem. Mas será que é inevitável ter-mos de aceitar as decisões que se mostram nefastas para as populações. O modo como se organizaram as populações de Vilar de Mouros em contestar o traçado prova que tinham razão. Como diz o Prof.Basílio estas são só amostras do que pode acontecer. A ver vamos!
ResponderEliminarAbílio Cerqueira
Obrigado pelo comentário caro Abílio. Só te peço que me trates simplesmente por Basílio...sinto-me melhor. O que acontece em Caminha desde há cerca de sete anos a esta parte (precisamente a partir do começos das hostilidades, com a IC1 / A28, em 2003) é terrível. A história há-de dizê-lo, em letras bem gordas e negras, porque o que se está a passar é, apenas, a negação da democracia, a promoção da incompetência,o abuso do poder, o favorecimento escandaloso dos fiéis servidores da força dominante. Mas o mais preocupente é que este mal não acontece só em Caminha mas em todo o país. O Salazar deixou raízes profundas nas mentalidades de muitos portugueses só que agora, como não pode haver Pide, têm de ser usados subterfúgios refinados para dar a impressão de que o povo é quem mais ordena. Os votinhos, os votinhos é que são decisivos e tudo vale para os obter. Ganhas as eleições, depois é tudo deles. Aguardemos por melhores dias mas estou bastante pessimista quanto ao futuro. Espero enganar-me.
ResponderEliminarUM MARCO NEGRO NA HISTÓRIA DO CONCELHO
ResponderEliminarFoi isso mesmo Basílio, não há dúvida nenhuma!
As populações de Argela, Vilar de Mouros, Lanhelas, e seus autarcas de Freguesia, estiveram absolutamente certos de muitos dos impactos agora perfeitamente visíveis e audíveis. Todos deram o mote, e lutaram para que se opta-se por uma das soluções previstas menos gravosa, só que o governo não queria porque á partida seria um pouco mais cara. O poder Municipal em vez de se colocar ao lado das populações e do interesse concelhio preferiu tomar as dores do Poder Central, não obstaculizando, e preferindo a Auto-Estrada a qualquer preço. Os autarcas de Freguesia e as respectivas populações lutaram até á exaustão contra todas as propostas mais gravosas, e é bom lembrar que entre outras se conseguiu por exemplo evitar soluções como as previstas para atravessar a Freguesia a meio, com um monstruoso viaduto de Betão, e ou a solução que passava por cercar a Freguesia com uma ferradura completa, passando entre o monte Crasto e a Igreja Nova, que incluíam até demolições de casas e demais consequências muito negativas.
Hoje todas as evidências provam quanto estavam certos todos os que lutaram por soluções menos gravosas, autarcas, comissão de Moradores de Vilar de Mouros e populações, e nem o processo que nos foi movido em tribunal (promovido pela Sra. Presidente da Câmara) que tivemos de enfrentar, ensombrou a luta que se travou pelas nossas terras, pelas gentes pelo ambiente, e pela natureza.
Se houve alguém que tenha errado em todo este processo, esse alguém foi o Poder Central e Municipal, que a vida e a história hão-de condenar seguramente.
As populações tiveram inteira razão na sua luta, e nós Autarcas de Freguesia e responsáveis da Comissão de Moradores estivemos sempre com eles.
Ficamos de consciência tranquila porque não traímos a nossa terra nem a nossa população.
Carlos alves
Ola, gostei da noticia
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