VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lampreias no Rio Coura

As lampreias, vindas do mar, continuam a entrar no Rio Coura, em Vilar de Mouros, regularmente, todos os invernos e inícios de primavera. Nos últimos anos têm entrado mesmo com bastante abundância. Nas águas baixas e arenosas nas proximidades da praia fluvial das azenhas, ou levada, é frequente encontrá-las, sobretudo nos meses de Abril e Maio, acasalando e desovando, nas denominadas “covas”. Embora algumas consigam passar para a parte do rio a montante da queda de água, continuando o seu trajecto mais para próximo da nascente, é provável que a dificuldade em vencer este obstáculo faça com que muitas delas fiquem por ali.

Eis algumas fotografias, tiradas ao leito do rio, na margem esquerda e a cerca de cem metros a jusante do açude, onde se podem ver, no mesmo local, cinco lampreias nessa fase do seu ciclo de vida.


terça-feira, 27 de abril de 2010

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

Contas de 2009 e actualização de taxas



Realizou-se no passado dia 23 de Abril, com início às 21H00, uma reunião ordinária da Assembleia de Freguesia de Vilar de Mouros, tendo estado presentes todos os delegados eleitos (três do PSD, dois da CDU e dois do PS), todos os membros da Junta de Freguesia, um jornalista do caminha2000 e algum público.


Da ordem de trabalhos destacavam-se dois pontos: a aprovação da conta de gerência de 2009 e a actualização das taxas a cobrar pelo executivo. Como é sabido, a junta anterior, da CDU, nunca cobrou, durante 20 anos, qualquer verba pela passagem de declarações, atestados ou certidões. A partir de agora e salvo algumas excepções constantes de regulamento próprio, será paga a importância de €2,50 por cada um destes documentos, por proposta da nova junta. Também a autenticação de fotocópias de documentos sofreu alteração, passando a custar €20,00 cada um até quatro páginas, a que serão acrescentados €2,50 por cada página a mais. Os dois eleitos da CDU e um dos eleitos pelo PS, Sónia Torres, contestaram vivamente estas propostas, tendo mesmo João Arieira (CDU) afirmado que os €20,00 a cobrar pela autenticação de fotocópias sofre de ilegalidade, uma vez que é superior à importância que os notários cobram pelo mesmo serviço.


  Após animada discussão, ambos os pontos, conta de gerência e actualização das taxas, postos à votação pela mesa, foram aprovados:
o primeiro com 4 votos a favor (3 eleitos do PSD e 1 pelo PS), 2 votos contra (um eleito da CDU e outro do PS) e uma abstenção (um eleito da CDU);


o segundo com 4 votos a favor (3 do PSD e 1 do PS) e 3 contra (dois da CDU e um do PS).

domingo, 25 de abril de 2010

25 DE ABRIL SEMPRE – não vamos desanimar!

 A Câmara do Amor


Na noite de 12 de Abril último, num debate realizado numa estação de rádio e a propósito da recente eleição de Passos Coelho para presidente do PSD, ouvi um ilustre militante deste partido e ex-ministro, Morais Sarmento, dizer que uma das dificuldades que o novo líder poderia vir a ter de enfrentar para unir e entusiasmar, não as elites, mas as bases do partido, seria a sua maneira algo distante e fria de fazer política (comparando-o, neste aspecto, ao estilo de José Sócrates) quando os militantes, por razões históricas e culturais, estarão mais receptivos e serão mais facilmente atraídos e empolgáveis por alguém que transmita uma imagem geradora de afectos e emoções (indicando mesmo Santana Lopes como exemplo de expoente máximo, nessa vertente).


Achei alguma piada, não pela análise ou opinião em si, até porque é de todos conhecida a forte capacidade mobilizadora dos sentimentos (veja-se o exemplo, quantas vezes nada dignificante, do futebol), mas porque há muito eu venho dizendo que a Câmara Municipal de Caminha, desde que o seu executivo passou a ser composto por pessoas ligadas ao PSD e liderado pela actual presidente, gere os destinos concelhios muito mais com o coração do que com a cabeça. Claro que digo isto com alguma ironia, porque nada tenho contra afectos ou emoções, antes pelo contrário, desde que, quando está em causa a administração de importantes bens e interesses públicos, eles não afectem e não se sobreponham à frieza e lucidez de raciocínio exigíveis e indispensáveis à prática de uma gestão democrática, equilibrada, dinâmica e justa.


Ora aqui é que bate o ponto: a diferença de tratamento entre os “amigos” e os “outros” é, neste concelho, bem visível e constatável a vários níveis. Já se sabia da existência de câmaras dos lordes, câmaras dos comuns, câmaras ardentes, câmaras de ar, câmaras escuras, claras, de filmar e até das lamentavelmente famosas câmaras de gás dos nazis!…Agora, câmaras do amor deve ser mais uma originalidade portuguesa… e existe um excelente exemplar (pelos piores motivos) em Caminha. Para aqueles que são amados (apoiantes, seguidores, submissos ou bajuladores), há todo o tipo de ajuda e benesses. Para os outros é a indiferença, o alheamento, a marginalização, quando não a hostilização. Só os muito distraídos ou os que tiram partido da situação é que não vêm isto.


Vilar de Mouros e eu próprio, como membro da junta, sentimo-lo bem, muito em especial nos últimos seis anos de mandato (de 2004 a 2009). E porquê? Para mim é muito simples. O executivo camarário, dominado por uma senhora cujo grau de prepotência e ânsia de poder apoiados, há que reconhecê-lo, numa elevada capacidade de retórica, argúcia e muita encenação, não admite que as suas opções ou decisões sejam contrariadas por ninguém, nem que seja do próprio partido. Então os senhores presidentes de junta, cuja capacidade de acção depende, e muito, da colaboração da Câmara, que se cuidem!…Estão bem avisados e, se querem obras, transferência de verbas ou outros apoios para as suas freguesias já sabem o que têm a fazer: votar sempre a favor de todas as opções camarárias, mesmo que com elas não concordem!


Vilar de Mouros não o fez e saiu-lhe caro. Não só a si como, por arrastamento, a todo o concelho. É que, é bom não esquecer, não tendo sido a única e admitindo mesmo que a própria junta tenha de assumir uma ou outra falha em tão complexo processo, não tenho dúvidas em afirmar que a grande responsável pela interrupção do Festival de Música, já lá vão, com este, quatro anos, foi a Câmara Municipal. O protocolo então vigente, que previa, à semelhança do anterior, a concessão de importantes verbas à junta e uma consequente relativa autonomia face ao município, não podia ser admitido por um executivo camarário que assumiu como um dos seus principais objectivos o derrube dessa mesma junta, tida como “não amiga”, usando a asfixia financeira como meio privilegiado. E os prejuízos que daí advieram para todo o concelho? Quantos milhões de euros deixaram de entrar em Caminha nesses quatro anos?! Nunca se saberá mas isso também pouco interessa, não é?!...o objectivo foi atingido!


Como tudo poderia ter sido diferente se a Junta de Vilar de Mouros tivesse concordado com o corte ao meio da freguesia por uma ponte com mais de um quilómetro de comprimento, no âmbito da construção da A28, como a Câmara queria!..Foi aqui que começou o processo de “divórcio”, nada amigável.


Como tudo poderia ter sido diferente se a Junta se tivesse demarcado do movimento popular que participou, com outras freguesias e muitas individualidades, numa manifestação silenciosa, ordeira e pacífica, em 2003, em Caminha, contra o traçado que nos queriam impor, manifestação essa que a sra. presidente quis impedir a todo o custo, enviando mesmo uma participação à GNR de que resultou a constituição de cinco arguidos (dois de Vilar de Mouros) com termo de identidade e residência fixa, como vulgares criminosos, durante anos, até que a sentença judicial os absolveu e (pasme-se!) criticou a Câmara por não ter sequer tentado, na altura, encontrar uma solução dialogada e consensual.


Como tudo poderia ter sido diferente se o presidente da junta votasse favoravelmente a adesão à Valimar e a opção pela Suma!...Como tudo…pois é, essa mania que alguns ainda têm de quererem pensar pelas suas próprias cabeças são resquícios de um período pós-revolucionário do 25 de Abril a que há que pôr termo! Se temos líderes com grandes capacidades a pensar por nós, seremos muito mal agradecidos se não nos limitarmos a apoiar e aplaudir entusiasticamente! Em prol do amor, da harmonia e da felicidade de todos, claro! Pelo menos é o que alguns gostariam que acontecesse. Se um dia aí chegarmos ( lagarto, lagarto, lagarto…) eu quero ir p’rá ilha! P’rá da Madeira? Bolas…não! Quero fazer como aquele náufrago da comédia televisiva que preferiu voltar para a ilha deserta quando lhe explicaram o estado a que chegou o nosso país!


Viva o 25 de Abril

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Calçada do Caminho da Veiga

Algumas lajes que constituem o piso do chamado Caminho da Veiga foram, uma vez mais, "arrancadas" do seu local. Desta vez tudo indica que tenha sido devido à forte correnteza das águas do Rio Coura que, este inverno, galgou as suas margens como já não o fazia há muitos anos e, neste caso, provavelmente pela pressão intensa e permanente que exerceu, durante muito tempo, sobre o muro que suportava as lajes,  numa zona em que o rio faz uma curva para a direita, provocou a queda daquele e o consequente arrastamento destas para o seu leito. Foram, de facto, muitas as vezes em que as águas invadiram os terrenos circundantes, tendo impedido também, nalgumas delas, o trânsito na Estrada da Ponte, única via que permite, dentro da freguesia, a ligação do lugar do Agrelo aos restantes. E para quando a tão badalada, sobretudo em períodos pré-eleitorais, mas sempre adiada, ponte nova?


A calçada do Caminho da Veiga vem sofrendo, nos últimos tempos, vários percalços e intervenções, sobretudo no âmbito e em consequência das obras da “Águas do Minho e Lima” que se prolongam há anos, com elevados prejuízos para a Vilar de Mouros, tendo mesmo obrigado a junta a intervir e a impor-se, por múltiplas vezes, algumas com a ajuda do GEPPAV, para que males maiores fossem evitados e para reparar outros já causados. Algumas dezenas de lajes chegaram mesmo a ser numeradas, levantadas e recolocadas nos seus sítios, mas estes trabalhos, executados por sub-empreiteiros, foram sempre desvalorizados e concluídos à pressa. Tudo indica que as obras estão, finalmente, em fase terminal, mas nunca se sabe…Vilar de Mouros parece ter a triste sina de só merecer grandes intervenções para benefício, sobretudo, de terceiros. É o caso da IC1/A28, é o caso da rede de águas…tudo bem mas... e o NOSSO saneamento básico?