VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

terça-feira, 17 de maio de 2016

ESTRADA VIRA JARDIM...QUE BOM


O vermelho é campeão, mas o verde é que está a dar
Parece um corte de cabelo com risca ao meio. Lindo.


Para quem possa ainda não saber, ou já não se lembre, quem mandou, durante muito tempo, nesta coisa por onde os automóveis (de quem os tem…) ainda vão circulando, era a velhinha JAE – Junta Autónoma das Estradas, criada em 1927 e extinta em 1999. Sucedeu-lhe então o IEP – Instituto das Estradas de Portugal que, por sua vez, pouco mais de 5 anos duraria já que,  em 2004, é constituída uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, denominada EP – Estradas de Portugal SA (lembram-se da “guerra” da A 28?...era a dona da obra).   Mas as mudanças não pararam e, em Maio de 2015, a escassos meses das últimas eleições (há sempre fortes “movimentações” em vésperas dos atos eleitorais, certamente para garantir a ocupação de lugares estratégicos por pessoas competentes), é decidida a fusão entre a Rede Ferroviária Nacional – REFER e a EP – Estradas de Portugal, dando origem a uma nova e enorme empresa pública denominada “Infraestruturas de Portugal”. Só o nome já inspira confiança!
Então agora, com tanto poder concentrado num único Conselho de Administração, que gere tudo o que tenha a ver com estradas, pontes, viadutos, túneis, vias férreas, bermas, valetas, comboios, automóveis, motorizadas,  camiões,  e o mais que adiante se verá, alguém se pode atrever a duvidar do valor, do patriotismo, do engenho  e da capacidade de trabalho de uma elite predestinada que, sorte a nossa, se sacrifica  a dar o seu melhor para bem de todos, a troco, imagino, de um salário pouco mais que miserável?! Ninguém de boa fé, tenho a certeza, até porque todos sabemos que, neste jardim à beira-mar plantado, o único critério para a escolha de amigos para os tachos, desculpem, de pessoas apropriadas para o desempenho de cargos de topo, é o da sua competência. 

Então, calem-se as más línguas do costume e deem valor a quem o tem porque, de ora em diante e no que diz respeito à facilidade e comodidade de deslocação no interior do território nacional, só o céu pode ser o limite. Isto vai ser um paraíso...
Não, para já ainda não vão ser abolidas as portagens no país, não está prevista a passagem do comboio por Vilar de Mouros nem se antevê, a curto prazo, a existência de transportes públicos na freguesia, mas……

 ……aqui vai a bomba: há fortes indícios de que podem estar a surgir, ao dobrar da esquina (ou da curva), novidades absolutamente impensáveis há bem pouco tempo atrás! Isto fica só entre nós (xiu…caladinhos…), mas tudo aponta para que esteja a ser testada, à experiência, uma inovadora técnica
revolucionária que vai no sentido de se ir substi- tuindo, pouco a pouco, palmo a palmo, o já ultrapassado piso em alcatrão das nossas estra- das, por um outro bem mais adequado à tipo- logia dominante da paisagem envolvente e ecologicamente irrepre- ensível, uma vez que é constituído à base de vegetação autóctone. E esta, hein?! Portugal po- derá vir a ser reconhecido a nível mundial como o único país que conseguiu transformar estradas em jardins botânicos! Não temos de estar todos orgulhosos?! 

Embora ainda sem confirmação oficial, as fotos que se juntam e que foram colhidas no domingo, dia 15 de Maio de 2016, na EN 301, na entrada sul de Vilar de Mouros, não enganam: o jardim cresce todos os dias a olhos vistos! É um regalo para a vista e uma proteção extra para a cútis em caso de acidente...A relva é muito mais macia que o alcatrão e tem ainda a vantagem de se renovar espontaneamente, sem necessidade de intervenção humana! Quem havia de dizer?!

Pena que a falta de civismo de alguns condutores não respeite o novo tapete em formação e passe o rodado por cima de vegetação ainda com pouca consistência, pondo em perigo o seu crescimento harmonioso mas, com tempo, as coisas hão-de compor-se. 

Como agora se costuma dizer: "temos de levantar a cabeça e acarditar!" 



Vegetação comendo o asfalto

Aqui já houve um muro. Resta o buraco

Escombros de antigo muro, tapados

Sinalização envergonhada de buraco

Pouco civismo dos condutores

Vegetação bem viçosa

Nova falta de civismo

Caminho de Chelo sob disfarce