O vermelho é campeão, mas o verde é que está a dar
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Parece um corte de cabelo com risca ao meio. Lindo. |
Para quem possa ainda não saber, ou já não se lembre, quem mandou, durante muito tempo, nesta coisa por onde os automóveis (de quem os tem…) ainda vão circulando, era a velhinha JAE – Junta Autónoma das Estradas, criada em 1927 e extinta em 1999. Sucedeu-lhe então o IEP – Instituto das Estradas de Portugal que, por sua vez, pouco mais de 5 anos duraria já que, em 2004, é constituída uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, denominada EP – Estradas de Portugal SA (lembram-se da “guerra” da A 28?...era a dona da obra). Mas as mudanças não pararam e, em Maio de 2015, a escassos meses das últimas eleições (há sempre fortes “movimentações” em vésperas dos atos eleitorais, certamente para garantir a ocupação de lugares estratégicos por pessoas competentes), é decidida a fusão entre a Rede Ferroviária Nacional – REFER e a EP – Estradas de Portugal, dando origem a uma nova e enorme empresa pública denominada “Infraestruturas de Portugal”. Só o nome já inspira confiança!
Então agora, com tanto poder concentrado num único Conselho de Administração, que gere tudo o que tenha a ver com estradas, pontes, viadutos, túneis, vias férreas, bermas, valetas, comboios, automóveis, motorizadas, camiões, e o mais que adiante se verá, alguém se pode atrever a duvidar do valor, do patriotismo, do engenho e da capacidade de trabalho de uma elite predestinada que, sorte a nossa, se sacrifica a dar o seu melhor para bem de todos, a troco, imagino, de um salário pouco mais que miserável?! Ninguém de boa fé, tenho a certeza, até porque todos sabemos que, neste jardim à beira-mar plantado, o único critério para a escolha de amigos para os tachos, desculpem, de pessoas apropriadas para o desempenho de cargos de topo, é o da sua competência.
Então, calem-se as más línguas do costume e deem valor a quem o tem porque, de ora em diante e no que diz respeito à facilidade e comodidade de deslocação no interior do território nacional, só o céu pode ser o limite. Isto vai ser um paraíso...
Não, para já ainda não vão ser abolidas as portagens no país, não está prevista a passagem do comboio por Vilar de Mouros nem se antevê, a curto prazo, a existência de transportes públicos na freguesia, mas……
……aqui vai a bomba: há fortes indícios de que podem estar a surgir, ao dobrar da esquina (ou da curva), novidades absolutamente impensáveis há bem pouco tempo atrás! Isto fica só entre nós (xiu…caladinhos…), mas tudo aponta para que esteja a ser testada, à experiência, uma inovadora técnica
revolucionária que vai no sentido de se ir substi- tuindo, pouco a pouco, palmo a palmo, o já ultrapassado piso em alcatrão das nossas estra- das, por um outro bem mais adequado à tipo- logia dominante da paisagem envolvente e ecologicamente irrepre- ensível, uma vez que é constituído à base de vegetação autóctone. E esta, hein?! Portugal po- derá vir a ser reconhecido a nível mundial como o único país que conseguiu transformar estradas em jardins botânicos! Não temos de estar todos orgulhosos?!
Embora ainda sem confirmação oficial, as fotos que se juntam e que foram colhidas no domingo, dia 15 de Maio de 2016, na EN 301, na entrada sul de Vilar de Mouros, não enganam: o jardim cresce todos os dias a olhos vistos! É um regalo para a vista e uma proteção extra para a cútis em caso de acidente...A relva é muito mais macia que o alcatrão e tem ainda a vantagem de se renovar espontaneamente, sem necessidade de intervenção humana! Quem havia de dizer?!
Pena que a falta de civismo de alguns condutores não respeite o novo tapete em formação e passe o rodado por cima de vegetação ainda com pouca consistência, pondo em perigo o seu crescimento harmonioso mas, com tempo, as coisas hão-de compor-se.
Como agora se costuma dizer: "temos de levantar a cabeça e acarditar!"
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Vegetação comendo o asfalto |
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Aqui já houve um muro. Resta o buraco |
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Escombros de antigo muro, tapados |
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Sinalização envergonhada de buraco |
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Pouco civismo dos condutores |
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Vegetação bem viçosa |
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Nova falta de civismo |
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Caminho de Chelo sob disfarce |
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