VILAR DE MOUROS SEMPRE

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terça-feira, 8 de julho de 2014

PRAIA DE MOLEDO EM ESTADO DE SÍTIO


Como é do conhecimento geral, toda a orla costeira compreendida entre o início da praia do Camarido, junto à foz do rio Minho e as denominadas “pedras de Moledo”, vem sendo fortemente fustigada, sobretudo nos últimos invernos, pela intempérie e fúria das águas que, ameaçando mesmo a destruição das dunas e o próprio paredão sobranceiro ao areal, são fonte de grande preocupação, dada a enorme vulnerabilidade de uma extensa e rica área edificada sob o manto protector, pelos

vistos frágil, dessas mesmas dunas e paredão. Recuando um pouco no tempo, recordo que já em Fevereiro de 2011 o moinho que, felizmente, ainda aí se encontra, esteve quase a ser engolido pelas águas e, mais recentemente, no último inverno, por duas vezes, a 15 de Fevereiro e 3 de Março,  novas e fortíssimas investidas, um pouco mais a sul, destruíram uma boa parte do paredão granítico cujos estragos só há bem pouco foram reparados.


Assim, é compreensível e mesmo louvável que a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, esteja atenta a estes

fenómenos, procure encontrar as melhores soluções e aja em conformidade, caso a caso.
Terá sido o que aconteceu em Moledo, não tenho a menor dúvida, pelo menos no que às intenções diz respeito, já que quanto aos resultados práticos finais, nem ouso, pela minha total ignorância neste domínio e pelas “surpresas” que o mar, tantas vezes, reserva aos mais entendidos na matéria, dar palpites.

Agora, o que causa estranheza e mesmo indignação em muitas pessoas é o período escolhido para a realização

destas obras, a decorrer no melhor sítio do que resta da praia, o areal a norte do paredão, já que as águas comeram grande parte do que existia à sua frente. E esse período é, apenas, toda a época balnear, de 14 de Maio a 14 de Setembro, conforme mapa que junto e que retirei da página web da Agência Portuguesa do Ambiente.

Reconhecendo-se embora que este tipo de trabalhos tenha de ser executado com boa acalmia marítima, parece-me legítimo perguntar se não poderia ter sido evitado fazer agora, numa época estival por excelência, quando a afluência de visitantes é enorme, uma intervenção desta envergadura e fortemente impactante, com recurso a maquinaria pesada, grande movimentação de areias, abertura de valas,  etc, etc, numa das praias mais procuradas, famosas e belas, do norte do país.