VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

TEATRO DE NATAL NO CIRV

Tal como anunciado, foi apresentada ao público, em estreia, no dia 26 de Dezembro, domingo à tarde, no Centro de Instrução e Recreio local, a peça “Bendita Queimadela”, da autoria do vilarmourense Avelino Porto (1881/1973).

http://geppav.blogspot.com/2010_11_01_archive.html

Dado tratar-se de um ano em que se celebra o 75º aniversário da colectividade e sendo o teatro, desde a sua fundação, a actividade mais consequente e relevante durante todo este tempo, é natural que tivesse sido desenvolvido um maior esforço para que o espectáculo a apresentar no Natal, conforme tradição, fosse um êxito (ver mensagem deste blogue de 17 de Dezembro).

Assim se fez e valeu, sem dúvida, a pena!
Com a passagem da habitual estreia no dia 25 à noite para o dia seguinte, domingo, à tarde, possibilitando a presença de pessoas mais idosas que de outra maneira não compareceriam, com uma boa divulgação, não só em Vilar de Mouros como nas freguesias vizinhas e, talvez também, pelo facto de as entradas serem livres, aconteceu aquilo que já não se via há muito e é tão bonito: aquele imenso salão, conforme se pode ver pelas fotos (clicar para aumentar), praticamente cheio de gente!
Mas se o público foi em grande número também me parece que ninguém deu o seu tempo por perdido. A qualidade do espectáculo não poderia ter sido melhor se considerarmos a juventude, a pouca experiência de grande parte dos intervenientes e a escassez de tempo de ensaios. Estiveram todos maravilhosos e daqui lhes deixo as minhas sinceras felicitações mas parece-me justo e espero que ninguém me leve a mal se realçar o trabalho da Augusta Caldas (Guga), uma jovem que eu nem conhecia pessoalmente e que, apesar de muito nova (17 anos?) parece uma profissional!

A terminar, não posso deixar de apontar o dedo ao grande “culpado”, quanto a mim, deste enorme sucesso: o ensaiador / encenador Fernando Borlido, um bom amigo e um “velho” colaborador desta associação que, com todo o seu saber, experiência e entusiasmo conseguiu contagiar o grupo e apresentar um espectáculo inovador como há muito não se via em Vilar de Mouros, pela sua dinâmica, pelos belos cenários, pela mais valia que lhe acrescentaram os efeitos de luz e som, tudo da sua responsabilidade.


Junto uma síntese do que consegui gravar em vídeo, com todas as limitações inerentes ao facto de também eu ter estado envolvido na acção, ao comando da componente sonora.

É caso para dizer: CIRV e quantos colaboraram neste maravilhoso evento, não esquecendo o público, estão de parabéns.
Um forte abraço para todos e desejos de um óptimo 2011.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Carro no fundo do rio

Tive conhecimento, por informações de dois tripulantes de um veículo pesado que haviam acabado de passar na Estrada Nacional 301, no sentido Covas – Vilar de Mouros, ao fim da manhã de hoje, dia 22 de Dezembro, que se encontrava um automóvel, meio desfeito, no leito do Rio Coura, um pouco abaixo da barragem da EDP de Covas e que já haviam dado conhecimento do facto às autoridades.

Tendo-me dirigido ao local, onde cheguei por volta das 12H40, já lá estavam uma brigada da GNR e o Presidente da Junta de Freguesia de Covas, encontrando-se dois agentes a inspeccionarem, tanto quanto possível, o carro, encravado entre as rochas e parcialmente submerso na água do rio, no fundo de uma ravina com, suponho, cerca de 10 a 15 metros de profundidade (fotos 1 e 3, sem grande qualidade dada a distância e espessura da ramagem; clicar para aumentar).

Segundo informações, não foi encontrado ninguém no interior nem nas proximidades do veículo, bem como qualquer documento de identificação.

Na foto 2, tirada uns 70 metros a montante do local onde se encontram os restos do automóvel, pode ver-se como as giestas e outra vegetação se encontram arrancadas ou vergadas, o que faz pressupor ter sido por aí que se encaminhou para o rio, atirado ou não propositadamente. O facto de o veículo se encontrar uns bons metros abaixo poderá ter a ver com a fortíssima correnteza das águas em épocas de chuvas intensas, como ainda aconteceu há uns dias atrás, o que, provavelmente, o terá arrastado até ficar bem preso entre as rochas que constituem o leito do rio nesse local.
 Assim, parecendo evidente que o automóvel já aí está há algum tempo e tendo em conta o assalto aos multibancos de Covas e de Vilar de Mouros em datas muito próximas (em relação a este último ver minha mensagem de 3 de Dezembro), parece-me legítimo poder relacionar estes factos e admitir como bem provável que se trate de uma viatura furtada, usada para os assaltos e destruída para não deixar vestígios.

A foto 4 ajuda a identificar melhor o local, situado a cerca de 2 300 metros acima da ponte do Rego de S. João (sentido V. de Mouros – Covas) e, por coincidência, bem próximo de uma lápide colocada por familiares em memória de um jovem falecido num horrível acidente de automóvel aí ocorrido.

Já agora aproveito para relembrar a urgência e a importância da realização de obras na Estrada Nacional 301, de Caminha até Covas mas com maior prioridade no troço compreendido entre esta localidade e Vilar de Mouros, dada a gritante falta de segurança e a inadmissível ausência de barreiras de protecção em tão perigoso troço.
Será preciso haver mais desgraças? Agora, com o que nos levam dos bolsos ao passar nas SCUT já nem a desculpa do famigerado buraco financeiro da "Estradas de Portugal" colhe!


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Teatro no CIRV - Bendita Queimadela

Vai realizar-se, uma vez mais, na quadra natalícia, a apresentação de um espectáculo de teatro no Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense.

2010, porém, não é um ano qualquer. O CIRV comemora o seu 75º aniversário e este importante evento fez com que o GEPPAV – Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, naturalmente com o acordo e em colaboração com a direcção da colectividade, de que é secção autónoma, se envolvesse mais directamente também nas opções teatrais. De facto deve-se a este grupo não só a possibilidade de levar a cena uma peça escrita por um vilarmourense (Avelino Porto, irmão do Arq. José Porto), em 1949, como ainda o ter conseguido a preciosa colaboração de um encenador/ensaiador com a experiência e os conhecimentos que, reconhecidamente, Fernando Borlido possui.

A peça em questão – Bendita Queimadela - é uma comédia divertida, a ser apresentada em estreia no dia 26 de Dezembro, Domingo, à tarde, pelas 15H00, para a qual foram idealizados e construídos novos cenários e será representada por um grupo de vilarmourenses onde predomina a juventude, também por isso alguma inexperiência, mas muita vontade e empenho.

Porque estou certo de que não irão dar por perdido o vosso tempo, porque a associação precisa de todos, porque esta equipa que tanto tem trabalhado o merece, aqui fica o meu apelo: VENHAM AO TEATRO AO CIRV NO DIA 26, ÀS 15H00! 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Visita de estudo? Manifestação pacífica?


No dia 12 de Dezembro aconteceu um fenómeno (que se repetiu no dia 13 embora me pareça que com menos intensidade) a que eu nunca tinha assistido apesar de ter passado a maior parte da minha vida nesta localidade.
Alguns vilarmourenses, porém, pessoas mais atentas a tudo o que tem a ver com o rio e sua fauna, garantiram-me que isto acontece com alguma frequência, sempre no inverno e em vários locais.

Para mim e, estou certo, para muitos dos meus conterrâneos, a concentração maciça de peixes junto à Ponte Medieval de Vilar de Mouros, tal como as fotos documentam, é uma novidade. As espécies piscícolas, sobretudo mujos e negrões, sobem o rio de manhã, vindos das proximidades da foz e “acampam” em locais por si escolhidos, onde se mantêm até ao pôr do sol, altura em que fazem a viagem de regresso. A última foto documenta precisamente esse momento, o início da debandada, seriam uma 17H15.

Para poderem constituir aquela enorme e impressionante mancha negra têm de ser muitos e muitos milhões que, este ano e pelos vistos, decidiram visitar e apreciar demoradamente o Monumento Nacional classificado que é a nossa bela ponte. É realmente curioso que aquela autêntica nuvem subaquática tenha, toda ela, estacionado a jusante da ponte, parecendo contemplá-la, sem nunca passar para o lado de cima.
Ou terá sido uma manifestação pacífica, não sei se autorizada ou não...contra o extermínio dos seus semelhantes e posterior desaparecimento do resultado das "autópsias" ocorridos no verão passado? 


Bom, seja como for, já que os peixes “residentes” e os que vêm de montante são assassinados com uma regularidade assustadora (voltarei ao tema, não está esquecido…), sejam bem vindos os que vêm de baixo!











Convívio de Professores do “Integrado”

Em Janeiro de 1974, tinha eu 28 anos (que saudades…) e na sequência de uma carta assinada pela Dra Ana Maria Benard da Costa, então Chefe de Divisão do Ensino Especial do Ministério da Educação, abrindo candidaturas para a frequência de um curso a realizar em Lisboa, visando uma experiência de integração, a nível nacional, de crianças com problemas de ordem sensorial ou física (cegas, surdas ou com deficiências motoras), nas escolas do denominado “ensino regular”, iniciei um percurso que iria mudar profundamente não só toda a minha carreira profissional, como a minha própria visão do mundo.
De facto, a riqueza das experiências vividas, quer durante o curso de especialização (no meu caso para a deficiência auditiva), que coincidiu com o 25 de Abril, quer depois, no trabalho realizado no terreno, nas então denominadas “equipas do ensino integrado”, fizeram de mim uma pessoa diferente.

Foram essas equipas que, a partir do ano lectivo de 1975/76 iniciaram, com um mínimo de condições, um bem difícil trabalho de despiste, encaminhamento médico, sensibilização, integração e apoio de alunos em escolas ditas “normais” já que, até aí, essas crianças ou estavam em casa sem frequentar qualquer estabelecimento escolar (a grande maioria) ou internadas em instituições só para deficientes.
Sendo, de início, uma experiência limitada a alguns, poucos, distritos - Lisboa, Porto, Coimbra, Viana do Castelo, Viseu, Guarda e Castelo Branco -  e posta em prática, localmente, por escassas sete dezenas de professores - em Viana era eu, a Palmira, a Homera, a Maria Jósina, a Maria do Céu e a Beatriz - (esta última só no 1º ano) foi, lentamente, crescendo, tanto em área abrangida como em número de docentes, espalhando-se por todo o país e constituindo uma extensa  rede  de  professores de apoio  que promoviam,  dentro  do possível, a integração de alunos portadores de qualquer tipo de deficiência ou dificuldades graves de aprendizagem nas escolas regulares.  Com a evolução de conceitos de ordem educacional e o reconhecimento (Declaração de Salamanca – 1994) de que “as escolas devem acolher todas as crianças independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras”, essas equipas foram sendo adaptadas às novas exigências, com a passagem progressiva de responsabilidades para as escolas e acabaram mesmo por ser, como tal, extintas. Hoje compete às escolas e agrupamentos a busca de soluções   para todo o tipo de problemática, incluindo a deficiência, dos seus alunos.  Se, teoricamente, esta opção nem sequer me parece questionável, uma vez que a existência de uma entidade exterior à escola , como o eram as equipas, pode ser considerada, só por si, um factor de não inclusão, já quanto aos resultados práticos da sua implementação no terreno não posso, nem quero, pronunciar-me, por informação insuficiente sobre a matéria.


O que me interessa mesmo, neste momento, destacar, são os laços de amizade, de companheirismo e de solidariedade que ficaram e não mais desaparecerão, estou certo, de entre os docentes que constituíram essas equipas, de que eu sinto muita satisfação em ter sido co-fundador.

A prova está neste maravilhoso convívio, que vem ocorrendo anualmente, pelo Natal, desde há três anos a esta parte, num hotel do Porto, o último dos quais no dia sete de Dezembro e em que participaram cerca de três dezenas de pessoas, todos docentes
 reformados, antigos elementos das denominadas equipas do “integrado” da zona norte, alguns dos quais responsáveis, na DREN, pela organização e coordenação do trabalho em toda a região, como o foram as dras Pilar, Manuela Pinto, Gabriela e outros mas, que me perdoem a especial referência, não posso deixar de destacar aqui, por também ter sido, para além de uma boa amiga, a única presente que foi minha professora no Curso de Especialização, em 1974/75, a Prof. Maria dos Santos Lé!









Para todos, incluindo os ausentes, não esquecendo a grande “responsável” por tudo isto, Dra Ana Maria Benard e também a Dra. Cláudia Fernandes, coordenadora da deficiência auditiva a nível nacional, o meu abraço muito amigo e votos sinceros de um feliz Natal e melhor Ano Novo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Caixa de multibanco assaltada

Foi assaltada, supõe-se que na madrugada do dia um para o dia dois de Dezembro, a caixa de multibanco que existe  numa dependência das instalações da Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, aí colocada como forma de fazer face a uma necessidade sentida aquando da realização de uma série de seis festivais de música iniciada em 1999 e no âmbito de um acordo que envolveu a Junta de então, a Organização do Festival e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.  

Quem primeiro deu o alarme foi um elemento da Junta que, na última quinta-feira, dia de atendimento ao público, quando pelas 18H00 pretendia entrar na sede, reparou que o canhão da fechadura da porta se encontrava rebentado (Foto 2).

Ignorando o que se havia passado, só terá entrado no edifício após a comparência da GNR, entretanto avisada.

Foi então que se constatou que alguém havia entrado, através dessa porta, na dependência onde se situa o cofre, contígua ao espaço em que é prestado atendimento ao público, tendo o mesmo sido arrombado, ao que se consta, com o auxílio de um maçarico.

O “trabalhinho” foi feito com tal limpeza que, mesmo após o assalto, o ecrã do multibanco continuou activo, apenas com a indicação de que não era possível levantar dinheiro (foto 3). Pudera, todo ele havia sido “levantado” de uma só vez!

Hoje, dia três de Dezembro, o ecrã encontra-se, como seria de esperar, totalmente apagado e o caso a ser averiguado pelas entidades policiais competentes.
Esperemos que a desactivação seja por pouco tempo pois os vilarmourenses e outros residentes nas proximidades já se habituaram a frequentar este multibanco com regularidade e vão estranhar a sua ausência.

Não sendo ainda conhecido o valor do furto sabe-se que, pelo menos até ao momento, os membros da Junta não detectaram o desaparecimento de qualquer documentação ou equipamento daquela entidade.
Por curiosidade procurei no motor de busca da Google a ver se havia alguma referência ao ocorrido. Haver, havia, na edição on-line do Correio da Manhã mas, já agora e porque me parece digno de registo, pelo ridículo, cito o que lá está (ou estava) escrito sobre o assunto:

   “o roubo terá sido feito entre as 17h00, quando a Junta fechou as portas, e as 18h30, altura em que foi dado o alerta à GNR, devido ao barulho sentido no interior da Junta”.

Grande poder imaginativo, hein? Por favor,  não brinquem à informação!...Quando não sabem perguntem ou então estejam calados!