VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

NOVA PONTE SOBRE O RIO COURA! FINALMENTE!

O título, desta vez, não é mais que o aproveitamento de uma “gracinha” da natureza, sem outra intenção que não seja a de chamar a atenção para uma obra cuja necessidade vem sendo badalada há décadas, é falada, sobretudo, em períodos de campanha e pré-campanha eleitorais, mas bem depressa é esquecida logo que os vencedores instalam seus delicados cus nos respetivos poleiros. Enfim, agora que estamos a entrar num novo ciclo de promessas e boas intenções, aqui fica a minha dica (não cobro nada por ela):
 - senhores (as) candi- datos (as) de todos os quadrantes políticos e mais alguns, metam nos vossos programas a nova ponte de Vilar de Mouros! Não custa nada e fica sempre bem! Já todos sabemos que o que se diz e se escreve em campanha eleitoral não é para ser levado a sério e dois ou três votinhos que isso renda…podem significar uma grande vitória “democrática”. Vão por mim!

Agora e mudando de registo, o rio Coura vem sendo, e continua a ser, quase sempre pelas piores razões (poluição, assoreamento, morte de peixes, derrocada de margens, inavegabilidade por obstrução do leito, etc, etc) motivo de atenção para quem se preocupa minimamente com a preservação do que Vilar de Mouros tem de melhor, em termos ambientais e paisagísticos. Não será, assim, por acaso, que muitas das mensagens já publicadas neste blogue lhe digam, direta ou indiretamente, respeito. 

O motivo próximo desta última tem a ver com a queda, no dia nove de Fevereiro, de um eucalipto de grande porte que está a obstruir, por completo, todo o leito do rio, há já uma semana. Como se pode verificar pelas fotos que junto, tiradas hoje, dia quinze, a enorme árvore, ao desprender-se  do  solo   na
margem direita do rio atingiu, com grande violência, uma vasta área da margem contrária, bloqueando a passagem na calçada do Caminho da Veiga, rebentando os fios de postes de iluminação pública aí existentes e formando uma autêntica ponte entre as duas margens. Isto terá ocorrido na noite de oito para nove, tendo o alarme sido dado pelo sr Alexandre Barrocas, que pretendia, sem o conseguir, passar com os seus animais para a habitual pastagem, na veiga. Segundo o mesmo me informou, deslocaram-se ao local elementos dos Bombeiros de Caminha e da Marinha, que procederam aos trabalhos de remoção e limpeza de modo a possibilitar o trânsito nessa via. Felizmente, os danos materiais  são de  pouca monta e pessoais não houve, mas
podia ter havido! Agora, parece-me pertinente recor- dar a mensagem que publiquei em 14 de Maio de 2010 (AQUI) há quase três anos, chamando a atenção para o estado lastimável e de quase abandono em que o rio se encontrava e para a necessidade de uma intervenção de fundo, bem planificada, tanto no seu leito como nas suas margens. E que foi feito? Nada. Não será uma tarefa fácil, reconheça-se; terá de ser, talvez, por etapas; exige tempo e verbas disponíveis mas…é preciso dar o primeiro passo e não se vê maneira! Promessas?! Ah, sim, imensas! Aliás, é garantido, estão a chegar aí mais umas carradas delas!…TODOS os programas de TODAS as listas
candidatas às próximas autárquicas vão declarar, ninguém duvide, um AMOR louco ao rio Coura! Vai uma aposta?! 

Julgo também oportuno relembrar o que se passará (ou não passará…) com a reparação do troço de calçada nesse mesmo Caminho da Veiga, onde as lajes descaíram para o leito do rio, objeto, igualmente, de uma mensagem minha, publicada a 15 de Abril de 2010 (AQUI). Apesar de ter sido anunciado, por essa altura, em Assembleia de Freguesia, que haveria já orçamentos para se proceder às obras necessárias (que nem me parece que sejam de grande vulto…), o certo é que até hoje, passado quase um
mandato, nada foi feito! Será que vai ser agora, com eleições à porta?! Ou nem isso, por se tratar de uma obra que não dá assim muito nas vistas? 
Aguardemos, que a crise tem as costas largas…e português aguenta, ai aguenta, aguenta!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CENTRAL ANTIGA DE COVAS - Restauro de edifício secular

 A Junta de Freguesia de Covas, Vila Nova de Cerveira, promoveu a realização, a dois de Fevereiro de 2013, pelas 14H00, da inauguração do restauro do antigo edifício da Central Hidroelétrica do Coura, precisamente no dia em que se completa a passagem de 101 anos sobre a iluminação pública elétrica da vila de Caminha, a primeira de todo o Alto Minho e uma das primeiras do país a consegui-lo, graças à energia produzida nessa mesma central. A cerimónia, para a qual também fui convidado, como membro do GEPPAV – Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, decorreu  junto  ao  velho  edifício  que beneficiou,  bem

como toda a área envolvente, incluindo o caminho de acesso à EN 301 e a pequena ponte pedonal sobre o rio Coura, de alguns melhoramentos que, embora modestos, lhe conferem a dignidade mínima de que é merecedor, pelo que representa em termos de salvaguarda da memória histórica de um empreendimento que, para a época, foi de uma extraordinária importância para toda esta região e se ficou a dever ao enorme esforço, capacidade e arrojo de uma família caminhense que está na sua génese: a família Lourenço da Cunha.

Pena que não tenha sido possível a colocação de um telhado, mas isso iria onerar bastante a obra e a conjuntura financeira não é, como todos (ou quase) vimos sentindo na pele, nada favorável a gastos que possam ser deixados para mais tarde. Talvez noutra altura, quem sabe…

De qualquer modo, o agora realizado foi um enorme salto qualitativo na recuperação de um espaço que  se  encontrava  num completo  abandono,  com  o  edificio
principal em ruínas, à mercê de vândalos que, ao longo dos anos, o foram esvaziando de tudo quanto era desmontável e transportável, sobrando a maquinaria pesada, ou parte dela. 

Tratou-se de um ato simples mas de grande significado, com a presença de largas dezenas de pessoas (julgo que todas convidadas), da comunicação social, do Grupo Local de Covas (grupo de intervenção pertencente à Junta e articulado com a Proteção Civil), que foi animado pela atuação do Grupo de Bombos, da Associação Cultural e Recreativa do Divino Salvador de Covas e por um dueto que interpretou, cantando com acompanhamento à viola, o hino da freguesia.

Para além do secretário da Junta, Pedro Araújo, que terá sido o principal dinamizador des-
te projeto e que coordenou o evoluir de toda a sessão, usaram da palavra:

- Rui Manuel Esteves, Presidente da Junta de Freguesia de Covas;

- Damião Cunha, em representação da família Lourenço da Cunha (médico, a residir, atualmente, em Vilar de Mouros);

- Joaquim Gameiro, trabalhador da empresa durante mais de quatro décadas e antigo Presidente da Junta de Covas; 

- Paulo Bento, historiador e autor do livro Do Coura se fez luz

- Eng. Serranho, em representação da EDP;

- José Carpinteira, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira.

De uma maneira geral foi, pelos oradores, relembrada e enaltecida a importância do papel dos mentores deste sonho, a família Lourenço da Cunha, há um século atrás, bem como de todos os que prestaram serviço na empresa ao longo dos anos; foi agradecida a colaboração de quantos, hoje, trabalharam, institucional ou individualmente, para que esta requalificação tivesse sido possível, nomeadamente a Junta de Freguesia de Covas, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, a EDP e o Professor Paulo Bento que, para além de ter colaborado
na elaboração dos painéis colocados nas paredes exteriores do edifício (junto duas fotos de parte dos mesmos), acabou por estar, de facto, na origem de tudo isto ao publicar, há precisamente um ano, por altura do centenário da inauguração da luz elétrica pública em Caminha, o livro que atrás referi. Por isso o seu nome figura, e com toda a justiça, na lápide comemorativa dos 101 anos, descerrada pelo sr Joaquim Gameiro, que aí trabalhou desde 1945 até 1987, sendo os últimos anos já na Central nova de France, da EDP, como encarregado. 

A jornada continuou com a abertura da porta do edifício restaurado, feita, simbolicamente, pelo pároco da freguesia, de modo a  que todos  pudessem  apreciar o seu interior e o que resta da maquinaria pesada que tanta
energia elétrica produziu, tendo concluído com a oferta de uma muito bem servida e farta merenda.

Bem hajam todos quantos contribuíram para esta realização, com particular realce, como primeira responsável e entidade organizadora, para a Junta de Freguesia de Covas.