VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Álbum de Memórias do C.I.R.V

Comemorações do 75º aniversário fecham com chave de ouro 

É caso para dizer que encerraram em beleza as comemorações do 75º aniversário do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense.
O GEPPAV - Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, após sete anos de longo e profícuo trabalho, apresentou ao público, conforme prometido e no âmbito das comemorações de tão importante efeméride, a obra “Álbum de Memórias do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense”
 escolhendo para o efeito, com toda a oportunidade, o dia da realização do tradicional Almoço dos Reis. Foi uma ideia feliz e que terá beneficiado as duas iniciativas já que, ao marcar o lançamento do álbum para as 11 horas, houve a intenção evidente de permitir que as pessoas pudessem participar em ambas valorizando, com a sua presença, cada uma delas.
Esta acção decorreu nas instalações da associação, no sítio da Barrosa, lugar da Cavada, nesta freguesia de Vilar de Mouros, perante uma assembleia muito participada e presidida por uma mesa composta por Mário Ranhada, Paulo Bento, Sónia Fernandes e Flamiano Martins em representação, respectivamente, da direcção do CIRV, do GEPPAV, da Junta de Freguesia e da Câmara
 Municipal de Caminha.
Após a abertura da sessão por Mário Ranhada, que manifestou toda a sua satisfação e orgulho pela riqueza histórica da instituição a que preside, coube a Paulo Bento a apresentação da obra agora editada. Fê-lo, como é seu timbre, de uma forma clara e entusiástica, prendendo com facilidade a atenção de uma vasta e interessada assistência. Num pequeno vídeo que junto, no final desta mensagem, com excertos dessa intervenção, encontra-se bem sintetizado o essencial da mesma. Um curto mas bem elucidativo resumo pode também ser consultado em  http://geppav.blogspot.com/2011/03/geppav-apresentou-album-de-memorias-do.html mas, o que eu aconselho mesmo (passe a publicidade) é à aquisição e leitura da obra publicada e que se encontra à venda apenas por € 15, preço que considero insignificante para a sua excelente qualidade, sob todos os aspectos.

Intervieram depois Sónia Fernandes e Flamiano Martins tendo ambos elogiado o valiosíssimo trabalho que o GEPPAV vem desenvolvendo, desde a sua constituição, em 2004 e feito referência ao facto de, também eles, terem exercido, em tempos, funções associativas, no caso da primeira precisamente como presidente do CIRV, durante dois anos, em período ainda recente, tendo sido a primeira mulher, na história da associação, a ocupar tal cargo.
Ambos abordaram também as enormes dificuldades por que vêm passando, nos tempos correntes, este tipo de instituições, fruto
 sobretudo duma profunda alteração no estilo de vida da sociedade actual, em especial das camadas mais jovens, que têm ao seu dispor uma imensidão de ofertas diferenciadas de entretenimento e uma grande facilidade de movimentação proporcionada pelo crescimento em flecha do parque automóvel.
Concluído o lançamento deste álbum seguiu-se o descerrar de uma lápide colocada no átrio da sede do CIRV, em homenagem a Armando Ranhada, falecido há cerca de ano e meio e grande dinamizador da construção deste edifício, inaugurado em 26/07/1986 pelo então primeiro ministro Aníbal Cavaco Silva. A pedido do seu
 irmão e actual presidente da colectividade, Mário Ranhada, coube-me, na qualidade de presidente da assembleia geral, proferir algumas palavras acerca do homenageado. Fi-lo com todo o prazer mas não consegui evitar, dado os laços de amizade e estreito relacionamento que mantive com ele, alguma emoção e um certo embargo na voz. Realmente lidei e trabalhei conjuntamente com o Armando Ranhada durante muitos anos, no OVNI’s, grupo musical vilarmourense constituído pouco tempo após o 25 de Abril, no CIRV, tendo desempenhado diversos cargos directivos quando ele era presidente e na política onde, apesar de não partilharmos os mesmos ideais, sempre nos respeitámos, quer quando ele era poder
e eu estava na oposição quer quando a situação se inverteu. Homem dinâmico, perseverante e determinado, trabalhou muito para a freguesia e soube sempre rodear-se das pessoas que achava mais adequadas para alcançar os objectivos que tinha em vista, sem olhar à cor das camisolas de cada um. Hoje há cada vez menos gente assim e é pena. Mereceu, inteiramente, esta singela mas justíssima homenagem.
Não posso concluir sem uma palavra final para o GEPPAV. Este grupo de estudo tem desenvolvido, desde a sua criação e como secção autónoma do CIRV, uma actividade de um valor incalculável através do estudo, levantamento, registo e salvaguarda do
valiosíssimo património histórico e cultural vilarmourense. Não fora a acção de trabalho intenso destes “quatro mosqueteiros” em cujo êxito, estou convencido, pouca gente acreditaria à partida e muito daquilo que já hoje se encontra devidamente documentado nos três cadernos publicados até então correria sérios riscos de se perder para sempre. E, o que é mais espantoso, tudo isto graciosamente, tendo como única recompensa a satisfação do dever que a si próprios
impuseram!
Numa época onde a ganância, a mesquinhez, as vaidades, a inveja e o egoísmo pessoais parecem sobrepor-se, e de que maneira, a todos os outros valores, aqui está um exemplo em como as coisas podem ser bem diferentes, se todos, ou muitos, assim quisermos.
Parabéns GEPPAV.

quarta-feira, 23 de março de 2011

TEATRO DO C.I.R.V. VAI A VENADE

Como já escrevi anteriormente http://vilardemouros-sempre.blogspot.com/2010/12/teatro-de-natal-no-cirv.html  e integrado nas comemorações do 75º aniversário do C.I.R.V. foi levada a cena, em estreia, nesta associação, no dia 26 de Dezembro, com assinalável êxito e casa cheia, a peça de teatro “Bendita Queimadela”, escrita por Avelino Porto, irmão do bem conhecido Arquitecto José Porto, ambos vilarmourenses.

Logo nessa altura a Câmara Municipal de Caminha decidiu consultar a direcção da colectividade sobre a hipótese de o grupo estar disponível para participar no programa “Março é Teatro”, feliz iniciativa que aquela entidade vem desenvolvendo anualmente e que pretende a promoção, durante esse mês, de actividades que vão de encontro à promoção desta tão interessante como educativa vertente cultural.

Dada a concordância de todos (Direcção, GEPPAV, encenador e grupo de actores), acabou por ser agendada, pelo município, a data de 19 de Março para a realização de um espectáculo em Venade, no Centro Desportivo e Cultural daquela freguesia.

Assim se fez. Apesar de algumas contrariedades e dificuldades em juntar a totalidade do grupo para a retoma dos indispensáveis ensaios (não houve um único com a presença de todos…), a peça lá foi representada com assinalável êxito e agrado generalizado do, não muito, público presente.

Fernando Borlido, encenador, procedeu, antes do início do espectáculo, à leitura de um pequeno texto, de sua autoria, alusivo ao Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, chamando a atenção para a importância desta modalidade artística vir a ser bem mais apoiada e incentivada, de forma efectiva, durante todo o ano e não apenas num qualquer dia ou mês, por tudo quanto pode significar em termos de
 enriquecimento relacional, cognitivo, emocional, artístico, da criatividade e do imaginário de quem a pratica, muito em especial dos jovens, como o são a quase totalidade dos intervenientes nesta peça.

Pela minha parte não posso deixar de enaltecer o esforço de todos quantos trabalharam para mais esta iniciativa, em representação do C.I.R.V., desde a sua Direcção, nas pessoas do seu presidente Mário Ranhada e tesoureiro António Fiúza, passando por todos os elementos do GEPPAV (Paulo Bento, Joaquim Aldeia, Plácido Souto e António Lages), aos actores (Alberto Porto, Augusta Caldas, Amélia Barros, Rui Barrocas, Débora Vilarinho, César Barros, Mª do Carmo Pereira, Gabriel Barros, Magda Barros e Clara Bento), eu próprio apenas no apoio à parte musical, à Tatiana Silva
pela boa ajuda que, mesmo sem ensaios, prestou como ponto e, com particular destaque, ao meu bom amigo de longa data, Fernando Borlido, verdadeira alma deste grupo e que, como encenador, fez um trabalho verdadeiramente fantástico para o tempo e condições que lhe foram proporcionadas.

Relativamente ao papel do município é de louvar o apoio a este tipo de eventos que, como diz na própria Agenda Cultural e cito “mais do que promover o gosto pelo teatro, estas iniciativas ajudam as próprias associações do concelho, já que o dinheiro relativo ao
 custo simbólico das entradas reverte para as instituições do concelho que lutam para manter esta arte viva e de boa saúde”, mas julgo também meu dever, com um espírito crítico positivo e na perspectiva de se melhorar no futuro, chamar a atenção para alguns aspectos da organização que podem e devem ser corrigidos ou melhorados no futuro. Assim:

- Não se compreende que todo o grupo cénico e seus colaboradores tenham tido conhecimento de que iriam actuar a Venade no dia 19 de Março à noite através da Agenda Cultural da Câmara, como aconteceu. Nem um simples contacto telefónico para qualquer um deles, até como forma de prevenir possíveis indisponibilidades.

- Tratando-se duma organização daquela entidade parece-me muito pouco o apoio prestado ao evento, que se limitou, tanto quanto sei, à cedência de uma viatura e pessoal para transporte dos cenários do CIRV para o C. D. C. de Venade e vice-versa e à disponibilização de uma pessoa para a cobrança dos bilhetes na noite do espectáculo. Todo o trabalho de montagem, desmontagem de cenários, instalação de som e luz teve de ser executado por pessoas afectas ao C.I.R.V.

- Embora, segundo informações, tenham sido feitos cartazes de divulgação do evento, estranha-se não se ter visto nenhum em qualquer lado, nem em Venade e Vilar de Mouros. Provavelmente terá sido essa uma das razões da escassa participação do público, o que foi pena.

- Se a intenção é, conforme Agenda Cultural, “mais do que promover o gosto pelo teatro…ajudar as associações do concelho que lutam para manter esta arte viva”, parece-me que terá de ser revista a forma de o fazer, já que o resultado final obtido, depois de tanto trabalho, tanto empenho envolvendo tantas pessoas, tantas viagens e incómodos é francamente desolador: 59 € para o C.I.R.V. resultantes de outros tantos bilhetes cobrados, a 1€ cada.

  

Borlido é chamado ao palco...


...e chama-me. Não havia necessidade.