VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Artigo de jornal russo sobre Portugal


Não é meu costume (re)publicar artigos escritos por outros e muito menos vindos de tão longe, como é o caso, ainda por cima tratando-se de um texto bastante extenso. Abro, no entanto, uma excepção desta vez, ainda que correndo o risco de algumas incompreensões e aproveitamentos de habilidosos (lá está o comuna...a ir às origens...eheheheh, pouco me importa!) porque, ao lê-lo (e apesar de reconhecer nele, em certas partes, uma linguagem demasiado violenta e um conteúdo algo "duvidoso"), senti uma profunda identificação entre muito daquilo que eu penso e o autor diz. Assim, para quem gosta de ler e de usar a cabeça e numa fase tão crítica e complexa como aquela que o nosso país atravessa, acho que, até pela sua grande actualidade (Cavaco Silva anunciou hoje a sua recandidatura a Belém) é capaz de valer a pena, concordemos ou não com ele e pondo de lado os tais exageros linguísticos, perder uns minutos a reflectir sobre o que este jornalista escreve.
Passo a citar:


"Foram tomadas medidas draconianas esta semana em Portugal, pelo Governo liberal de José Sócrates. Mais um caso de um outro governo de centro-direita pedindo ao povo Português a fazer sacrifícios, um apelo repetido vezes sem fim a esta nação trabalhadora, sofredora, historicamente deslizando cada vez mais no atoleiro da miséria.

E não é por eles serem portugueses. Vá o leitor ao Luxemburgo, que lidera todos os indicadores socioeconómicos, e vai descobrir que doze por cento da população é portuguesa, oriunda de um povo que construiu um império que se estendia por quatro continentes e que controlava o litoral desde Ceuta, na costa atlântica, tornando a costa africana até ao Cabo da Boa Esperança, a costa oriental da África, no Oceano Índico, o Mar Arábico, o Golfo da Pérsia, a costa ocidental da Índia e Sri Lanka. E foi o primeiro povo europeu a chegar ao Japão....e à Austrália.

Esta semana, o Primeiro Ministro José Sócrates lançou uma nova onda dos seus pacotes de austeridade, corte de salários e aumento do IVA, mais medidas cosméticas tomadas num clima de política de laboratório por académicos arrogantes e altivos desprovidos de qualquer contacto com o mundo real, um esteio na classe política elitista Português no Partido Social Democrata (PSD) e Partido Socialista (PS), gangorras de má gestão política que têm assolado o país desde anos 80.

O objectivo? Para reduzir o défice. Porquê?

Porque a União Europeia assim o diz. Mas é só a UE?

Não, não é. O maravilhoso sistema em que a União Europeia se deixou sugar, é aquele em que as agências de Ratings, Fitch, Moody's e Standard and Poor's, baseadas nos Estados Unidos da América (onde havia de ser?) virtual e fisicamente, controlam as políticas fiscais, económicas e sociais dos Estados-Membros da União Europeia através da atribuição das notações de crédito.

Com amigos como estes organismos e ainda Bruxelas, quem precisa de inimigos?

Sejamos honestos. A União Europeia é o resultado de um pacto forjado por uma França tremente e apavorada com a Alemanha depois das suas tropas invadiram o seu território três vezes em setenta anos, tomando Paris com facilidade, não só uma vez mas duas vezes, e por uma astuta Alemanha ansiosa para se reinventar após os anos de pesadelo de Hitler. A França tem a agricultura, a Alemanha ficou com os mercados para a sua indústria.

E Portugal? Olhem para as marcas de automóveis novos conduzidos pelos motoristas particulares para transportar exércitos de "assessores" (estes parecem ser imunes a cortes de gastos) e adivinhem de que país eles vêm? Não, eles não são Peugeot e Citroen ou Renault. Eles são os Mercedes e BMWs. Topo-de-gama, é claro.

Os sucessivos governos formados pelos dois principais partidos, PSD (Partido Social Democrata da direita) e PS (Socialista, do centro), têm sistematicamente jogado os interesses de Portugal e dos portugueses pelo esgoto abaixo, destruindo a sua agricultura (agricultores portugueses são pagos para não produzir!!) e a sua indústria (desapareceu!!) e sua pesca (arrastões espanhóis em águas lusas!!), a troco de quê?

O quê é que as contra-partidas renderam, a não ser a aniquilação total de qualquer possibilidade de criar emprego e riqueza numa base sustentável?

Aníbal Cavaco Silva, agora Presidente, mas primeiro-ministro durante uma década, entre 1985 e 1995, anos em que despejaram biliões de euros através das suas mãos a partir dos fundos estruturais e do desenvolvimento da UE, é um excelente exemplo de um dos melhores políticos de Portugal. Eleito fundamentalmente porque é considerado "sério" e "honesto" (em terra de cegos, quem vê é rei), como se isso fosse um motivo para eleger um líder (que só em Portugal, é!!) e como se a maioria dos restantes políticos (PSD/PS) fossem um bando de sanguessugas e parasitas inúteis (que são), ele é o pai do défice público em Portugal e o campeão de gastos públicos.

A sua "política de betão" foi bem idealizada mas, como sempre, mal planeada, o resultado de uma inapta, descoordenada e, às vezes inexistente no modelo governativo do departamento do Ordenamento do Território, vergado, como habitualmente, a interesses investidos que sugam o país e seu povo.

Uma grande parte dos fundos da UE foram canalizadas para a construção de pontes e auto-estradas para abrir o país a Lisboa, facilitando o transporte interno e fomentando a construção de parques industriais nas cidades do interior para atrair a grande parte da população que assentava no litoral.

O resultado concreto, foi que as pessoas agora tinham os meios para fugirem do interior e chegar ao litoral ainda mais rápido. Os parques industriais nunca ficaram repletos e as indústrias que foram criadas, em muitos casos já fecharam.

Uma grande percentagem do dinheiro dos contribuintes da UE vaporizou-se em empresas e esquemas fantasmas. Foram comprados Ferraris. Foram encomendados Lamborghini, Maserati. Foram organizadas caçadas de javalí em Espanha. Foram remodeladas casas particulares. O Governo e Aníbal Silva ficaram a observar, no seu primeiro mandato, enquanto o dinheiro foi desperdiçado. No seu segundo mandato, Aníbal Silva ficou a observar os membros do seu governo a perderem o controle e a participarem.

Então, ele tentou desesperadamente distanciar-se do seu próprio partido político.

E ele é um dos melhores?

Depois de Aníbal Silva veio o bem-intencionado e humanista, António Guterres (PS), um excelente Alto Comissário para os Refugiados e um candidato perfeito para Secretário-Geral da ONU, mas um buraco negro em termos de (má) gestão financeira. Ele foi seguido pelo excelente diplomata, mas abominável primeiro-ministro José Barroso (PSD) (agora Presidente da Comissão da EU, "Eu vou ser primeiro-ministro, só que não sei quando") que criou mais problemas com o seu discurso do que com os que resolveu, passou a batata quente para Pedro Lopes (PSD), que não tinha qualquer hipótese ou capacidade para governar e não viu a armadilha. Resultando em dois mandatos de José Sócrates, um ex-Ministro do Ambiente competente, que até formou um bom governo de maioria e tentou corajosamente corrigir erros anteriores. Mas foi rapidamente asfixiado pelos interesses instalados.

Agora, as medidas de austeridade apresentadas por este primeiro-ministro, são o resultado da sua própria inépcia para enfrentar esses interesses, no período que antecedeu a última crise mundial do capitalismo (aquela em que os líderes financeiros do mundo foram buscar três triliões de dólares (???) de um dia para o outro para salvar uma mão cheia de banqueiros irresponsáveis, enquanto nada foi produzido para pagar pensões dignas, programas de saúde ou projetos de educação).

E, assim como seus antecessores, José Sócrates, agora com minoria, demonstra falta de inteligência emocional, permitindo que os seus ministros pratiquem e implementem políticas de laboratório, que obviamente serão contra-producentes.

O Pravda.Ru entrevistou 100 funcionários, cujos salários vão ser reduzidos. Aqui estão os resultados:

Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou trabalhar menos (94%).

Eles vão cortar o meu salário em 5%, por isso vou fazer o meu melhor para me aposentar cedo, mudar de emprego ou abandonar o país (5%).

Concordo com o sacrifício (1%)

Um por cento! Quanto ao aumento dos impostos, a reação imediata será que a economia encolhe ainda mais enquanto as pessoas começam a fazer reduções simbólicas, que multiplicado pela população de Portugal, 10 milhões, afetará a criação de postos de trabalho, implicando a obrigatoriedade do Estado a intervir e evidentemente enviará a economia para uma segunda (e no caso de Portugal, contínua) recessão.

Não é preciso ser cientista de física quântica para perceber isso. O idiota e avançado mental que sonhou com esses esquemas, tem os resultados num pedaço de papel, onde eles vão ficar!!

É verdade, as medidas são um sinal claro para as agências de rating, que o Governo de Portugal está disposto a tomar medidas fortes, mas à custa, como sempre, do povo português.

Quanto ao futuro, as pesquisas de opinião providenciam uma previsão de um retorno do Governo de Portugal ao PSD, enquanto os partidos de esquerda (Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português) não conseguem convencer o eleitorado com as suas ideias e propostas.

Só em Portugal, a classe elitista dos políticos PSD/PS seria capaz de punir o povo por se atrever a ser independente. Essa classe, enviou os interesses de Portugal para o ralo, pediu sacrifícios ao longo de décadas, não produziu nada e continuou a massacrar o povo com mais castigos.

Esses traidores estão a levar cada vez mais portugueses a questionarem se não deveriam ter sido assimilados há séculos pela Espanha.

Que convidativo, o ditado português "Quem não está bem, que se mude". Certo, bem longe de Portugal, como todos os que podem estão a fazer. Bons estudantes a jorrarem pelas fronteiras fora. Que comentário lamentável para um país maravilhoso, um povo fantástico e uma classe política abominável."

Timothy Bancroft-Hinchey

Pravda.Ru


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

DA MONARQUIA À REPÚBICA - Caminha, 1906 / 1913 - novo livro de PAULO BENTO

Conforme anunciado realizou-se neste último fim de semana, em jornada dupla, a apresentação ao público do novo trabalho do historiador Paulo Bento, “Da Monarquia à República no concelho de Caminha – Crónica política (1906 – 1913)”. Trata-se de mais uma edição do Jornal Digital Regional – Caminha@2000, propriedade de Luis Almeida que, cumprindo agora o seu décimo aniversário, enriquece, com o lançamento de mais esta obra, sem quaisquer apoios ou subsídios, um já relevante currículo em termos jornalísticos e culturais a nível do concelho de Caminha.
 A primeira cerimónia ocorreu em Vila Praia de Âncora, no sábado, dia 16 de Outubro, no Centro Social e Cultural e a segunda no salão da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da sede do concelho, domingo, dia 17, ambas às 17H00.

Tendo-se verificado uma boa adesão do público (as primeiras fotos documentam a apresentação ocorrida em V.P.Âncora e as últimas em Caminha) em cada uma das localidades, a sessão de apresentação do livro foi aberta, em ambos os casos, pelo editor, Luis Almeida que, numa breve intervenção, começou por enaltecer o importante contributo que o Prof. Paulo Bento vem prestando ao concelho de Caminha, através do preenchimento de uma grave lacuna que se verificava, em termos de realização de trabalhos de pesquisa, estudo, documentação e registo de factos históricos de interesse local e concelhio, que de outro modo correriam o risco de se perderem para sempre na memória dos tempos.
Referiu como esse contributo vem de encontro às preocupações que o Caminha@2000 também vem sentindo e aos esforços que vem desenvolvendo para que as gerações futuras não percam importantes referências dos seus antepassados recentes, sendo este já o quarto livro que edita e o segundo deste autor.

Quanto à intervenção de Paulo Bento que, em ambas as sessões e durante cerca de hora e meia, conseguiu manter bem viva a atenção dos muitos presentes, não irei, naturalmente, desenvolvê-la, até porque, no essencial, tratou-se de um resumo comentado do livro acabado de publicar e, como ele disse no final, o importante é que as pessoas o leiam.
Assim, limitar-me-ei a referir, para além do lugar onde foi escrito, do tempo e das fontes, duas ou três notas sobre as motivações que, segundo o autor, estiveram na origem do presente livro e na opção de escolher Vila Praia de Âncora para a sua primeira apresentação:

- o livro foi escrito de um fôlego, em 20 dias de Agosto, em Esposende, aproveitando as últimas férias de verão, mas a sua preparação envolveu um longo trabalho de pesquisas, durante mais de seis anos, sendo as fontes principais as actas da Câmara Municipal, mas sobretudo a correspondência da administração do concelho e a imprensa local, não só de Caminha mas também de Viana do Castelo;

- a razão fundamental que o levou a escrever este livro deve-se ao facto de a história contemporânea do concelho de Caminha estar, salvo raras e boas excepções, quase toda por fazer e, tal como o editor, Luís Almeida, considerar que o conhecimento das referências do passado é decisivo para a compreensão do presente;


- fez questão de que a primeira apresentação do livro fosse em Vila Praia de Âncora uma vez que, embora reconhecendo ter havido, no concelho, em termos quantitativos e mesmo qualitativos, iniciativas
 interessantes no âmbito da comemoração do 100º aniversário da implantação da República, ficou um tanto chocado pelo facto de, com a honrosa excepção da escola Ancorensis, todas elas terem sido centradas na vila de Caminha, considerando isso uma falsificação da História até porque, afirmou, se há duas grandes terras republicanas e de tradições democráticas neste concelho uma é a Praia de Âncora, lugar urbano da antiga freguesia de Gontinhães, agora Vila Praia de Âncora e a outra (garantiu não estar a puxar a brasa para a sua sardinha), Vilar de Mouros.

A concluir estas breves notas sobre um acontecimento de tanta importância para o concelho de Caminha resta-me, como caminhense, felicitar os dois actores principais, cada um no seu papel, que o tornaram possível: obrigado Paulo Bento, obrigado Luís Almeida e, tal como é “prometido” no final do livro…que seja para continuar. Claro que estas felicitações terão de ser extensivas ao GEPPAV (grupo que integra o próprio autor e ainda os vilarmourenses Joaquim Aldeia, Plácido Souto e António Lages) ao Carlos da Torre, pela concepção gráfica  e a todos quantos contribuíram para que esta obra fosse uma realidade.












quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A28 - DEIXOU MARCAS

I
Sim, embora pareça tratar-se de uma nova versão da levada, ou azenhas, não é nada disso. Este açude passageiro situa-se junto à EN 301, no sítio de extra-coura e resulta, nem mais nem menos, da água proveniente do rego das presas de Chelo, exactamente o mesmo que fica sob o nó de Vilar de Mouros sul. As fotos (clicar para aumentar) foram tiradas no passado dia 8 de Outubro e esta enxurrada aconteceu apenas porque choveu com alguma intensidade durante umas escassas horas.
Porque é que isto sucede agora? Há, sobretudo, dois factores:
- Um tem a ver, é evidente, com a dificuldade de escoamento das águas por deficiente limpeza dos regos até ao rio; como se sabe as leiras estão, quase todas, de monte e as novas tecnologias ainda não conseguiram pôr os regos em regime de auto-limpeza; houve tempos (lembram-se?) em que foram concedidos apoios para os lavradores deixarem de produzir e agora é o que se vê.

- O outro e, quanto a mim, mais importante, deve-se à construção do IC1/A28, a tal auto-estrada que tinha de ser feita “custasse o que custasse”. Pronto, custou o que custou e ainda vai custar mais a partir de 15 de Abril, quando tivermos de abrir os cordões à bolsa para andarmos nela.


Curioso é que, na fase de discussão pública e processo de obras, alguns importantes responsáveis políticos locais e mesmo nacionais, tenham dado preferência ao depressa e barato em detrimento da qualidade e da escolha da melhor opção.


Durão Barroso ainda não tinha dado à sola para a Europa, era 1º ministro quando ocorreu uma pacífica manifestação (na marginal de Caminha, em dia de visita sua a esta vila) contra o traçado da estrada e a Sra Presidente da Câmara, em vez de se pôr ao lado dos manifestantes ou, no mínimo, ouvi-los e não os hostilizar preferiu, à sua boa maneira do quero, posso e mando, participar à GNR e tudo fazer para impedir que a manifestação se concretizasse. Não o conseguiu (eu e muitos vilarmourenses, mesmo do PSD, honra lhes seja feita, estivemos lá) mas conseguiu fazer com que cinco cidadãos (dois de Vilar de Mouros, Carlos Alves e Paulo Bento) fossem constituídos arguidos e ficassem com termo de identidade e residência fixa, como quaisquer vulgares criminosos. Claro que a sentença declarou-os inocentes e criticou duramente a Câmara, mas entretanto já tinham passado três anos. Relembro isto porque muito boa gente parece já se ter esquecido e é um marco negro na história recente de Caminha.


Agora a mesma presidente já manifesta muita preocupação com problemas que estão a acontecer, sobretudo no vale do Âncora, em resultado de erros e incumprimentos cometidos na construção da estrada. Pois é, em Vilar de Mouros, apesar de toda a luta que travámos (de Âncora não transpiraram, à altura, grandes objecções, pelo menos por parte dos autarcas…) e dos muitos impactes negativos que conseguimos evitar, alguns aí estão, bem visíveis.
Este “açude espontâneo” acontece sobretudo porque, com a construção da auto-estrada na encosta norte/poente do monte (a população queria-a por detrás da Gávea, na encosta sul/nascente), inúmeras linhas de água que escorriam, suavemente, monte abaixo e se encaminhavam, por pequenos regos, até ao rio, foram cortadas e concentradas numas poucas, aumentando exponencialmente o seu caudal e dando origem a fenómenos como este.
A própria limpeza dos regos torna-se agora bem mais complicada devido a dois factores determinantes:
  - a maior fragilização dos terrenos circundantes à via construída, devido ao movimento de terras e a fúria de correntes como a que as fotos documentam, provocando um aumento desmesurado da erosão e o consequente arrastar de entulhos que entopem com facilidade e frequência todos os regos a jusante, como é o caso.


E agora… os proprietários vítimas de erros alheios…que se desenrasquem, não é?


Deixo aqui um apelo à população e, em especial, à Junta de Freguesia para que se mantenham atentos a este e outros problemas que venham a suceder, de modo a exigir responsabilidades a quem de direito.

domingo, 10 de outubro de 2010

100º Aniversário da República

Em Vilar de Mouros

Na sequência de proposta do GEPPAV apresentada na Assembleia de Freguesia de Vilar de Mouros do dia 1 de Outubro e por mim já referida em mensagem anterior, a comemoração do centésimo aniversário da implantação da República revestiu-se, nesta localidade, de uma singular importância, sobretudo em resultado do conhecimento a que conduziu um estudo / pesquisa efectuado pelo (já) vilarmourense professor e historiador Paulo Bento, estudo esse que será dado a conhecer com mais pormenor em livro a publicar brevemente, cujo lançamento está previsto para os próximos dias 16 e 17 de Outubro,  às 17 horas, respectivamente em Vila Praia de Âncora (Centro Social e Cultural) e em Caminha (Salão Nobre dos Bombeiros) e que documenta a importância de alguns vilarmourenses no processo que conduziu à implantação da República.
Estando presentes cerca de três dezenas de pessoas, número muito significativo atendendo à crescente desmobilização da sociedade para este tipo de actos, preocupada que está, e com razão, por outras  questões que a afectam no seu dia a dia, abriu a cerimónia a sra Presidente da Junta, Sónia Fernandes, começando por hastear a bandeira e proferindo, de seguida, umas breves palavras alusivas ao acto festivo e comemorativo do 100º aniversário da implantação da República. Referiu a grande revolução que aconteceu há cem anos, com o fim da monarquia e o início de um regime que instituiu a igualdade dos cidadãos perante a lei e a subordinação do poder executivo ao legislativo,  passando o  povo a ter a possibilidade de eleger livremente os seus representantes para a elaboração de uma constituição. Realçou o reforço do papel da mulher na sociedade a partir de então e disse pretender-se também, com esta cerimónia, homenagear todos os republicanos vilarmourenses que tiveram um importante desempenho na implantação da República.

Em representação das forças partidárias que integram a Assembleia de Freguesia de Vilar de Mouros intervieram em seguida Sónia Torres, pelo PS e Amélia Guerreiro, pela CDU.

Sónia Torres começou por dizer que era com o maior orgulho e satisfação que ali se encontrava, em representação e a pedido do Partido Socialista, destacando a grande similitude entre a ideologia e os valores deste partido e os grandes ideais que estiveram na base do nascimento da República, como sejam a laicidade (separação entre o poder civil e o religioso), a justiça e a igualdade de direitos de todo e qualquer cidadão perante a lei, independentemente da raça, religião, sexo ou ideologia.

Amélia Guerreiro realçou a luta que o Partido Comunista encetou, mesmo na clandestinidade, na defesa de importantes valores republicanos, como a liberdade de expressão, o direito à educação e saúde públicas para todos, a igualdade de classes, a defesa dos direitos dos trabalhadores e dos mais desprotegidos. Disse ainda ter sido no respeito por estes princípios e na sua aplicação na vivência do dia a dia que o seu partido, integrado na CDU e estando à frente dos destinos da freguesia de Vilar de Mouros durante 5 mandatos consecutivos mereceu e justificou, dentro das competências e atribuições de uma junta de freguesia, o apoio esmagador da população.

Ambas terminaram por lamentar que, na actualidade, muitos dos “republicanos” que dizem, nos discursos e, sobretudo, nas campanhas eleitorais, defender estes tão belos ideais, mais não façam, na prática, do que ignorá-los ou espezinhá-los, tendo Amélia Guerreiro afirmado mesmo que alguns se "disfarçam de republicanos para conseguirem reinar".   Deixaram no ar, porém, a esperança de que, no futuro e sobretudo através duma educação para a cidadania, venha a ser possível um progressivo melhoramento duma sociedade que se quer mais justa, solidária a participativa.

Tal como estava previsto, esta importante cerimónia concluiu com a intervenção do historiador Paulo Bento que, após cumprimentar os presentes e agradecer-lhes a sua presença, começou por afirmar que o motivo que o levou a estar ali não tem a ver com o presente mas antes com o passado político de Vilar de Mouros. Chamando a atenção para o facto de poder parecer suspeito, por se tratar da freguesia de todos nós (uma vez que ele próprio, natural de Tondela, já se considera um vilarmourense por adopção) justificou que a importância que atribui
ao acto presente não é um qualquer motivo menor, mas sim uma razão muito especial e que se fundamenta na grande relevância que esta pequena localidade rural teve a nível concelhio e mesmo distrital no processo da implantação da República no nosso país.
A título de exemplo indicou que, em todo o distrito de Viana do Castelo havia, antes do 5 de Outubro de 1910, dois únicos centros republicanos: um em Afife e o outro precisamente na nossa freguesia, tendo o Centro Republicano de Vilar de Mouros sido fundado em Janeiro de 1906. A explicação poderá ser encontrada, segundo disse, na importância determinante que a emigração para Lisboa, nas últimas décadas do século XIX, de alguns estucadores vilarmourenses, teve no despertar de consciências, dado terem contactado de perto, na capital, com meios operários progressivos, republicanos e mesmo socialistas.
Assim, não seria por acaso que tivessem sido estucadores alguns dos principais obreiros desse Centro Republicano, tais como Manuel Joaquim Constantino (foto acima), Abílio António Trovisco
e António Serafim Constantino. Como ainda não terá acontecido também por acaso que fosse em Afife (juntamente com Vilar de Mouros o grande viveiro de estucadores emigrantes na capital) que tivesse sido criado o outro centro republicano do distrito.
Em meu nome pessoal e, estou certo, em nome de todos os verdadeiros republicanos e democratas vilarmourenses, quero deixar aqui bem expressas as minhas felicitações a todos os presentes, ao GEPPAV e, muito em especial, ao Prof. Paulo Bento.



Em Caminha

Também em Caminha, sob os arcos do edifício antigo da Câmara Municipal, se celebrou a 100º aniversário do nascimento da República.

Desta cerimónia, a que só pude assistir uns escassos minutos, logo no início, junto um pequeno vídeo da interpretação, pela Banda Musical Lanhelense, da Portuguesa, em uníssono nacional, bem como um curto extracto da intervenção de Luciana Simões, aluna da EB 2,3/Sec., de Caminha, que procedeu à leitura de um interessante texto alusivo à efeméride em causa. A qualidade do vídeo é a possível, dadas as muito más condições de gravação.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE 1 DE OUTUBRO

Realizou-se no passado dia 1 de Outubro, pelas 21H30, uma sessão ordinária da Assembleia de Freguesia de Vilar de Mouros. Verificando-se a ausência da 2ª secretária da mesa, Carla Feital, foi substituída nessas funções por José Maria Barros. O que parecia vir a ser uma reunião pacífica, já que da convocatória não constavam pontos que pudessem gerar grandes polémicas, acabou por transformar-se numa sessão agitada, levando mesmo a que um dos elementos eleitos abandonasse o local no final do primeiro ponto da ordem de trabalhos, “período antes da ordem do dia”, quando o 1º secretário da mesa, João Barreiros, informou que, devido a uma avaria no seu computador, não lhe fora possível imprimir a acta relativa à sessão anterior, propondo, como forma de ultrapassar este imprevisto, que fosse votada a inclusão da leitura, discussão e votação da acta em causa na reunião seguinte, juntamente com a acta da sessão presente. Amélia Guerreiro não considerou aceitável que o secretário de uma assembleia que teve vários meses para elaborar esse documento não o tivesse feito em devido tempo, afirmou que “são coisas que não cabem na cabeça de ninguém”, que já viu acontecerem muitas irregularidades nestas assembleias mas “isto é de uma incompetência atroz” e que pela parte que lhe toca não anda a brincar às assembleias, retirando-se de imediato

De notar que a “guerra” das actas já vem de trás, desde que o 1º secretário se recusou a enviar uma cópia das mesmas juntamente com os restantes documentos para análise dos delegados eleitos para a assembleia, tal como era prática habitual no anterior mandato. Os elementos da oposição, Amélia Guerreiro, João Arieira e Sónia Torres nunca aceitaram de bom grado esta tomada de posição, que consideraram tratar-se de uma prepotência, uma tentativa de limitar a possibilidade de analisar com mais cuidado e rigor tão importante documento e uma perda de tempo que só atrasa os trabalhos da assembleia, já que toda a acta tem de ser lida na hora. 

Os delegados chamaram a atenção, no ponto antes da ordem do dia, para as seguintes questões:


- Amélia Guerreiro

- O barraco de madeira que existe há muitos anos, junto a um monumento nacional (ponte medieval) e que devia ser retirado; para o medidor de caudal semi destruído existente junto à mesma ponte; para o degrau formado na delimitação entre a parte em paralelo e a parte alcatroada, na chamada “subida dos Neves”; para o abandono a que foi votado o caminho pedonal entre a ponte e as azenhas; concluíu felicitando a junta por ter reconhecido que as árvores cortadas não o deviam ter sido, estando agora os rebentos a ser acarinhados.


- Sónia Torres:

Congratulou-se por, finalmente, as obras da Estrada da Cavada terem avançado e perguntou se iria ser colocada mais uma camada de piso; falou nas lombas de trânsito e outras medidas de segurança a implementar junto à escola, perguntando em que pé estão as coisas; salientou a deficiente limpeza das bermas e valetas pela freguesia; relembrou que o tempo escasseia para a concretização das actividades e realizações constantes no Plano de Actividades para 2010.


- João Arieira:

- Recordou a morte de milhares de peixes no dia 29 de Julho, a colocação de avisos, pela Junta (sugerindo que não se tomasse banho enquanto não fosse conhecido o resultado das análises às amostras recolhidas) e o facto de já não haver, há muito, nenhum aviso, mas também não se saber, ainda hoje, se se pode tomar banho ou não; afirmou que a junta tem a responsabilidade de intervir no sentido esclarecer o que se passa e o que pode ser feito para acabar com esta mortandade; informou que ele próprio, na qualidade de membro da assembleia, tomou a iniciativa de enviar um e-mail ao presidente da ARHnorte, solicitando esclarecimentos; depois de autorizado leu esse e-mail em voz alta e ofereceu-se para entregar uma cópia à mesa para o usarem como achassem mais conveniente, uma vez que a ele não lhe fora dada qualquer resposta; chamou a atenção do presidente da mesa para a ordem de trabalhos onde, na sua opinião, não constam assuntos que deviam constar, tais como: as alterações à sinalética de trânsito, aprovadas em minuta na última assembleia para poderem ser implementadas antes do início das aulas e das quais nada mais se soube, a rectificação da falha nas contas de 2009, questão levantada pela CDU na reunião de Abril, reconhecida por um contabilista presente na sessão de Julho e, mais grave ainda, a não alteração das ilegalidades aprovadas pela maioria no que à questão da aplicação de taxas diz respeito.
Foi neste ponto que surgiu a informação do 1º secretário da mesa sobre a impossibilidade de ser lida a acta e que culminou na saída de Amélia Guerreiro. No entanto, apesar de restarem apenas cinco dos sete eleitos, optou-se por continuar a reunião.

Como nota curiosa e no seguimento do que já vem sendo uma prática habitual, registe-se que nenhum dos eleitos “afectos” à maioria pôs qualquer questão, apresentou qualquer dúvida ou sugestão à  junta. 


Às questões apresentadas a Presidente da Junta respondeu o seguinte:

- quanto ao barraco de madeira sabe existir um processo na Câmara, mas encontra-se em impasse;

- já foi solicitado o arranjo do degrau no início da “subida dos Neves”, bem como a mudança dos postes existentes na curva, que já causaram vários acidentes;

- não houve oportunidade de intervir no caminho pedonal; a junta gostaria de o ter feito mas reconhece que não o conseguiu e agora, vindo o inverno, será melhor esperar pela próxima primavera, pois a invernia tudo pode destruir;

- pensa que a Estrada da Cavada não vai levar mais nenhuma camada de betuminoso; faltam alguns acabamentos, como entradas e acessos;

- segurança na escola: está previsto fazer um passeio em frente à escola, só de um lado; quanto às lombas nada pode adiantar mas acha que vai ser difícil (a delegada Sónia Torres insistiu para a necessidade de a junta pressionar, dado existir sério perigo de ocorrência de acidentes graves);

- explicou que a limpeza de bermas e valetas foi afectada por terem ficado, há já meses, sem uma funcionária e, neste momento, o outro funcionário estar de férias (Sónia Torres retorquiu que se uma funcionária está de baixa, então têm de contratar outro pessoal e organizarem melhor o trabalho, já que dá a impressão de que estão sempre a ser limpos os mesmos locais);

- sobre o Plano de Actividades justificou que há coisas que não dependem só da junta; a vontade de querer fazer tudo levou a que fosse apresentado um plano talvez demasiado ambicioso; serão feitos acertos mais moderados em futuros planos;

- em relação à morte dos peixes respondeu que foram solicitadas à Capitania e ao Centro de Saúde análises, mas não lhe chegaram às mãos quaisquer resultados; o que soube sobre o assunto foi pela comunicação social e em assembleia municipal; informou que a junta não se tem manifestado muito sobre esta questão uma vez que aguarda a obtenção de novos elementos, como o resultado da análise aos peixes, para então pedir ao Ministério do Ambiente uma avaliação cuidada da situação (João Arieira comentou que tinha a impressão que este assunto iria tender a ser, uma vez mais, esquecido já que, se foi falado na Assembleia Municipal, foi-o apenas porque o delegado da CDU o apresentou);

- reconheceu que, quanto à organização das assembleias, haverá algumas falhas, acrescentando que, no que diz respeito à sinalética têm de ser feitos ainda uns pequenos ajustes que, julga, não demorarão muito tempo e então sim, o assunto regressará à assembleia de freguesia;

- sobre a correcção do orçamento acha que isso foi devidamente explicado na assembleia em que esteve presente o contabilista, tendo o mesmo já procedido às devidas rectificações no pocal;

- quando se preparava para falar sobre as taxas a presidente foi interrompida pelo seu secretário, que tomou a palavra para dizer que os actos notariais estão liberalizados, pelo que não existe uma tabela, ao contrário dos actos das conservatórias onde, aí sim, há uma tabela; disse ainda que, nesse sentido, a junta não é obrigada a respeitar qualquer limite embora a assembleia possa, se assim o entender,  aprovar um preço inferior, apesar de ele achar que o que já foi votado e aprovado é justo e correcto (€ 20,00 por cada autenticação de documento).

João Arieira retorquiu que as explicações o esclareceram mas não o convenceram nem sequer quanto à legalidade da questão. Porém, acrescentou, como a maioria da assembleia aprovou a proposta da junta, agora, que cada um assuma as suas responsabilidades e aguente com as consequências.

Após a leitura, pela presidente da Junta e conforme legislação em vigor, da relação do trabalho realizado pelo executivo desde a última sessão ordinária da assembleia até ao presente, entrou-se no período destinado à intervenção do público

Tendo que lamentar a escassa participação de público uma vez mais registada, julgo ser interessante destacar, desta parte da ordem de trabalhos a apresentação, por Plácido Souto, em representação do GEPPAV, de uma proposta para que o 5 de Outubro fosse festejado em Vilar de Mouros de uma forma especial, embora simples, que constaria, para além do hastear da Bandeira Nacional, pela presidente da junta, de uma curta intervenção de cada um dos partidos, se assim o desejassem e, no final, uma outra intervenção, um pouco mais extensa mas também breve, do historiador Paulo Bento, em que seria destacada a importância de alguns vilarmourenses na implantação da República.

Dada a concordância de todos, ainda que informal, em relação a esta proposta, foi decidido avançar com ela, tendo mesmo já sido concretizada, com bastante interesse e participação, à data da publicação da presente mensagem.

Escreverei, em breve, uma outra nota exclusivamente dedicada à cerimónia do 100º aniversário da implantação da República.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Rio Coura – poluição

Publiquei ontem uma mensagem relativa ao temporal que, inesperada e intensamente, afectou todo o distrito de Viana do Castelo e provocou a primeira enchente do Rio Coura no pós verão 2010.

Hoje, ainda com muita corrente mas com as águas retornadas ao seu leito natural, o que se verifica?

     - continuação de enorme quantidade de troncos, galhos e ramada de árvores presos à ponte medieval (até parece existir superior quantidade que ontem mas deverá tratar-se apenas de uma maior visibilidade provocada pela descida da água, que encobria uma boa parte do material lenhoso);










  
   - o aparecimento, a jusante e nas proximidades do açude da levada, de uma imensa quantidade de espuma esbranquiçada que, tudo indica, deve ser provocada pela descarga na corrente do rio de grandes quantidades de produtos, eventualmente de limpeza, ignoro quais mas, em termos de benefícios para o meio ambiente e qualidade da água não devem acrescentar nada, antes pelo contrário.
Ora, se a primeira questão não se me afigura preocupante, basta remover a lenha, já quanto à segunda não posso dizer o mesmo. Trata-se de mais um fenómeno recorrente, que acontece com grande regularidade nos períodos de maior caudal do Rio Coura (provavelmente para que os seus impactes negativos sejam mais disfarçáveis), afectando não só este rio como o próprio Minho, onde desagua e o mar, já que ambos desembocam as suas águas na bela costa marítima com praias como, por exemplo, a de Moledo, bem junto à foz.

A problemática da poluição no Rio Coura é uma questão muito antiga e complexa, que envolve múltiplas componentes e variantes e, claro, também muitos interesses. Até por isso deveria merecer bem mais atenção das várias entidades oficiais a quem, de algum modo, compete intervir nesta área, só que, lamentavelmente, parece haver pouco ou nenhum empenho das mesmas em ir ao fundo das questões.

Fazem-se umas análises de quando em quando, dão-se umas respostas ambíguas para tranquilizar e calar as pessoas quando o impacto é mais escandaloso (como nos casos bem frequentes da morte de milhares, ou milhões, de peixes), mas fica-se sempre pela rama, culpando, em regra, a natureza, essa sim uma grande irresponsável. O que fez, até hoje, a Câmara Municipal (este como os anteriores executivos) para pressionar e obrigar quem de direito a tomar medidas adequadas no sentido de se saber, numa primeira fase, o porquê das coisas e, numa segunda, que soluções se podem encontrar?


Hoje mesmo dei conhecimento à Sra Presidente da Junta do que se está a passar. Sei que esta entidade nada pode fazer a não ser informar, denunciar, pressionar, exigir, mobilizar a população se for o caso. Se fizer isso não faz mais que a sua obrigação, mas já é muito. O Rio Coura é demasiado importante para a freguesia e para o concelho e não podemos permitir que seja votado ao abandono. As fotos que anexo foram obtidas às 13H00 da tarde de hoje, dia 4 de Outubro mas, no momento em que escrevo estas linhas, pelas 18H00, o aspecto da água continua o mesmo.

Voltarei em breve ao tema da poluição do rio, até porque a questão da morte dos peixes ocorrida a 29 de Julho parece que tende a ficar no rol do esquecimento, uma vez mais.

domingo, 3 de outubro de 2010

Outono ou Inverno?

Há bem poucos dias acabou o verão e começou o outono, no calendário, claro, já que na prática o inverno parece ter-se antecipado.

Na noite de sábado para domingo, dia 2 para 3 de Outubro e durante boa parte deste último dia, o temporal, com ventos fortíssimos (rajadas de 90 Kms/hora) e chuvas intensas assolou o norte do país, sendo Viana do Castelo um dos distritos mais atingidos, provocando estragos de vária ordem e necessidade de intervenção dos bombeiros em muitas localidades.


Vilar de Mouros não escapou à regra e aconteceu a primeira cheia da época. O Rio Coura, que ainda há bem poucos dias quase não tinha água para molhar os pés, em poucas horas galgou as suas margens, invadiu terrenos anexos e chegou mesmo a cobrir a Estrada da Ponte, obrigando ao corte do trânsito, ainda que não por muito tempo. Reparare-se no material lenhoso acumulado junto à ponte medieval, que mais não revela que o estado lastimoso das margens do rio e das próprias encostas montanhosas que o ladeiam, onde as árvores são cortadas e levadas mas não é feita uma correcta limpeza dos resíduos que não interessam.   

As fotos que junto foram tiradas quando a água já havia baixado bastante, mas as manchas deixadas nas paredes da Capela da Sra da Peneda mostram bem o nível atingido pela correnteza (clicar para aumentar).











Na Estrada Nacional 13, na vizinha freguesia de Seixas, fui impedido de passar quando, por volta das 17 horas de domingo, regressava a casa. Os bombeiros, que àquela hora procediam à limpeza da estrada, obstruída por galhos arrancados pelo vento a uma árvore de grande porte, no início da rampa que liga a Vilar de Mouros e a Lanhelas (junto à farmácia), tiveram que ocorrer a nova emergência, já que o trânsito fora subitamente cortado no cimo dessa mesma rampa pela queda de uma outra grande árvore, que ocupou a totalidade da faixa de rodagem.


Tanto quanto eu saiba não há, felizmente, vítimas a lamentar, mas o perigo rondou numa via de comunicação tão movimentada como aquela.



Junto também duas fotos do acontecido e que presenciei.