VILAR DE MOUROS SEMPRE

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Rio Coura 2010

No verão de 2009 e na sequência de uma exposição enviada a várias entidades por iniciativa da Junta de Freguesia de então, documentada por cerca de sete dezenas de fotografias demonstrativas do estado de completa inavegabilidade em vários troços do Rio Coura, na zona das denominadas veigas de Vilar de Mouros, acabou por ser executada uma acção de limpeza, desde a Ponte Medieval até Caminha, durante uma semana, por mergulhadores disponibilizados pela Marinha auxiliados por um madeireiro pago pela Câmara Municipal.
A esta acção juntou-se uma outra, essa sim, da exclusiva responsabilidade da junta, sem qualquer apoio de mais nenhuma entidade, se exceptuarmos a colaboração de quem superintende na abertura das águas da barragem de France que, simpaticamente, se prontificou a coordenar o caudal da corrente do rio de modo a facilitar ao máximo a limpeza. Foram três sábados de trabalho intenso, a que chamámos Jornadas Ambientais, só possível pela colaboração de muitos voluntários locais, sobretudo jovens, que limparam, com entusiasmo e eficácia, o leito do rio e margens desde a Ponte até às Azenhas.

Limpeza feita por voluntários - Junho e Julho 2009



Já a limpeza realizada a jusante da ponte teria de ser, pela escassez de tempo, dimensão da área abrangida e complexidade da situação, um simples remedeio, como de facto foi, melhorando, é certo, a navegabilidade, durante algum tempo, mas adiando uma solução que tem de ser de fundo e não apenas paliativa.
Assim, não surpreende que, de mais a mais com um inverno rigoroso como o último, a situação voltasse a ficar no estado que o pequeno vídeo e as fotografias que anexo, obtidos a partir das margens do rio, nas zonas onde é possível a aproximação às mesmas, bem demonstram.

Rio em Maio de 2010   


Parece-me profundamente lamentável que o Rio Coura, recurso hídrico de extraordinária importância, com toda a sua história, beleza natural e consequente potencial inesgotável de atracção turística e desenvolvimento de toda a região, só seja lembrado para produção de energia eléctrica e captação de água para distribuição em rede. Pode ser necessário e útil mas é muito pouco.

O seu leito e suas margens encontram-se praticamente votadas ao abandono há muitos anos, sobretudo a partir do momento em que os férteis terrenos anexos deixaram de ser regularmente cultivados. Árvores de grande porte, muitas delas eucaliptos, acompanhadas de vegetação selvagem espontânea, onde predominam as silvas, impossibilitando a aproximação, em vários locais, à beirada do rio, são a flora dominante nos terrenos frágeis, de domínio público hídrico, que delimitam o serpentear do seu curso.


Tem de ser pensada e posta em prática uma requalificação global de toda a extensão do rio e suas margens, em Vilar de Mouros, a montante e a jusante.

Fica aqui o apelo a todas as entidades que, de algum modo, superintendem e têm responsabilidades nesta área para, em articulação e colaboração, fazerem aquilo que, na minha opinião, já deveria ter sido ou, pelo menos, começado a ser feito, há muito tempo. Não se trata de um processo que possa ser concretizado numa semana, num mês ou mesmo num ano.

Levará, seguramente, vários anos, mas há que iniciá-lo e o mais depressa possível. Custa-me a aceitar que estejamos sempre a querer muitas coisas novas, certamente com legitimidade mas, quantas vezes, à custa de verbas elevadíssimas e duvidosa utilidade e desprezemos aquilo que já temos de tão bom, oferecido pela natureza.






 

 

12 comentários:

  1. Amigo basílio, esta postagem é pertinente e penso que as autoridades competentes da região, não podem, não devem ficar indeferentes ao que se passa e naturalmente estão atentos ao que o povo diz e publica na Internet e não só. Assim sendo, aproveitei e publiquei também as suas fotos noutro blog. Parabéns pelo trabalho e continue com muita força a denunciar estas e outras causas, para o bem da nossa terra e sobretudo da natureza, que é um dever de todos. mais uma vez obrigada e um abraço.

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  2. gostei muito do teu blogue.a continuares assim vais viradinho ao céu. beijo fátima

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  3. Amigo Rouxinol. Fez muito bem em publicar as minhas fotos. Quanto mais publicidade tiverem estas questões que a todos interessam, mais atentos ficam os nossos "queridos" políticos, que precisam de votos como de pão para a boca...e não querem a sua imagem muito desfocada...Força.
    Abraço

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  4. Maria. Já esperava o teu apoio. Obrigado. Quanto à ida para o céu vai ser mais complicado e não sei se me interessa porque, daquilo que me tenho apercebido, deve haver por lá muita gente com quem eu não me vou entender...

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  5. Parabéns...está a fazer um trabalho magnífico.
    A Mãe-Natureza merece, já não sei se posso dizer que a merecemos, porque este tesouro a cada passo é descuidado...
    Boa continuação de um excelente trabalho
    Mª Elisa Freitas

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  6. A situação em que se encontra o Rio Coura desde há muitos anos é sem dúvida lamentável e seguramente um dos assuntos que deveria merecer por parte das entidades competentes maior atenção no concelho de Caminha.
    Tal como afirma o Basílio este recurso hídrico com uma beleza natural impar, e de potencial inesgotável, realmente só tem sido lembrado, e servido para captação de água, e produção de energia eléctrica o que aliás só tem contribuído para o estragar mais.
    Mas na verdade se pensarmos bem a presente situação do Rio Coura espelha bem quais são as prioridades do nosso poder central e camarário completamente caduco oportunista e desajustado que só privilegia investimentos, projectos, e candidaturas para obras e realizações eleitoralistas para INGLÊS VER e sobretudo para que a maioria dos eleitores lhes continuem a dar o seu apoio para assim lhes garantir a manutenção do poder para si próprios e para os seu apaniguados.
    Cuidarem do Rio Coura, da Cividade de Ancora, das gravuras do monte de Goios, de muito do património monumental ou do ambiente em geral pode não lhes garantir votos mas seria o mesmo que cuidar do futuro do Concelho do seu progresso e desenvolvimento assim como do consequente bem estar da população com a atracão de visitantes, incremento da componente turística, e a consequente criação de emprego mas decididamente estes propósitos nunca estiveram nos objectivos destes responsáveis que parecem ter como único objectivo chegarem e manterem-se no poder.
    carlos alves

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  7. E por acaso as vossas matas estao limpas !?? o verao está á porta a lenha no rio nao arde.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Já publiquei. Estou internado no hospital de viana e ainda não sei quando saio. Só hoje tive coragem para ir ao blog, por isso, calma!
    Cumprimentos

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  10. Como sao as coisas...! e eu a pensar que nao querias publicar... contudo que tenhas uma boa recuperação

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  11. "Oh malhão malhão, que bida é tua, comer e beber oh terrim tim tim passear na rua..." esta é uma musica popular muito antiga,o tempo dos malhões já lá vão... têm de se adaptar a uma sociedade moderna, com pessoas com capacidade crítica, mas que dão a cara e não se escondem por detrás de Nick names. Quanto a si, Sr. Profesor Basílio, é uma pessoa que sempre respeitou os outros no ser e estar de cada um e merece o máximo de respeito e consideração da população de Vilar de Mouros e das centenas de colegas e alunos que nunca mais o esquecerão como colega, professor e amigo.

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  12. Obrigado cara Liliana. É verdade. Andam por aí dançadores do malhão e de outras "modinhas" que não têm coragem de dar a face. É próprio de quem tem pouca personalidade, não é capaz de ser frontal e, por isso, atira a pedra e esconde a mão. Alguns conseguem aguentar a "máscara" durante muito tempo mas chega sempre a altura em que esta lhes cai.

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