VILAR DE MOUROS SEMPRE

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sexta-feira, 4 de abril de 2014

CIRV - ALMOÇO DOS REIS 2014

O Almoço dos Reis que o Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense (CIRV) vem organizando anualmente, mantém-se vivo. Esperemos que por muitos anos, já que é uma das poucas relíquias tradicionais da cultura vilarmourense que vai resistindo à voracidade dos tempos e a uma conjuntura sócio-política deveras complicada.

Este ano aconteceu no dia 30 de Março, um domingo, como sempre, tendo mantido, no essencial, a orgânica e os condimentos
que vêm caracterizando, desde há muito, este evento: o arroz de sarrabulho e as febras, confecionados, nas instala- ções da “Estufa”, por experientes cozinheiros vo- luntários locais; a inter- venção ao vivo do Grupo dos Reis; um grupo de jovens dando serventia e, sobretudo, um enorme salão praticamente cheio, com mais de trezentas pessoas, onde prevaleceram a boa disposição, o são convívio e o espírito de partilha.  Como um agradável extra, assinale-se também a atuação de um grupo de tocadores de concertina, no início do convívio.

De realçar a satisfação de termos tido connosco, este ano, amigos especialmente convidados pelo GEPPAV: Gaspar Pereira, Rafael Capela, Álvaro Meira e Daniel Labandeiro, em representação do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora e  Fernando Borlido. Todos eles desempenharam um importante papel nas iniciativas promovidas por aquela secção autónoma do CIRV com vista à comemoração dos seus dez anos de existência, tendo a ação dos primeiros  sido decisiva para que tivesse sido possível a reposição de uma exposição, em Vila Praia de Âncora, de 8 a 23 de Fevereiro, sob o tí-
tulo “José Porto (1883-1965). Desvendando o Arquitecto de Vilar de Mouros”. E, note-se, não se tratou de uma simples reposição da exposição já cá apresentada há dez anos, na Oficina Fontes, uma vez que integrou  uma nova vertente, fruto de novos dados obtidos por pesquisas recentes sobre a relação profissional do ilustre arquiteto vilarmourense com aquela vila. O Fernando Borlido, velho amigo e colaborador multifacetado da nossa associação, foi o  autor do cartaz “Retrospetiva – dez anos de GEPPAV” e ajudou na organização gráfica dos quatro painéis sobre as “Famílas vilarmourenses”, grande trabalho do companheiro Joaquim Aldeia. Pena que outros dois importantes intervenientes, o Carlos da Torre e a dra Raquel Alves, respe-
tivamente designer e co-autora do último caderno publicado, “Minas e mineiros em Vilar de Mouros no século XX”, não tivessem podido estar presentes. Ficará para uma próxima oportunidade.

A anteceder o almoço, o Presidente da Câmara, Miguel Alves, percorreu as instalações da coletividade, acompanhado de Mário Ranhada, Presidente da Direção e de mim próprio, Presidente da Assembleia Geral, tomando, deste modo, conhecimento pessoal e direto das múltiplas valências e potencialidades que as mesmas em si encerram mas, também, das muitas carências existentes, algumas a exigir uma intervenção urgente, como é o caso da infiltração de água da chuva em vários pontos, sob pena de se poderem vir a deteriorar gravemente estruturas e equipamentos. 

A mesa de honra, desta vez um pouco mais desguarnecida, foi composta, para além do Presidente do CIRV, como anfitrião, Mário Ranhada, pelo Presidente da Câmara, Miguel Alves, Presidente da Junta, Carlos Alves, Comandante dos Bombeiros, Luis Saraiva e Jorge Fão, deputado à Assembleia da República.
Fizeram pequenas intervenções, no final, os três primeiros, sendo de realçar as palavras  de apreço recíproco proferidas pelos recém-eleitos locais, da freguesia e do município, ambos pondo o acento tónico na importância de se dar boa continuidade a um entendimento institucional que se vem revelando profícuo, com interesse para todos. Miguel Alves salientou também a importância, para a freguesia e para o concelho de, ao fim de oito anos, ter sido possível, finalmente, criar as condições para o regresso do Festival de Vilar de Mouros.
Muito melhor do que quaisquer palavras que possa escrever, os dois curtos vídeos (o primeiro com o Grupo dos Reis em palco e o outro com imagens) e as fotografias que publico, documentam de forma bem clara tudo quanto se passou…e que foi lindo!
Convido-os a ver.





















7 comentários:

  1. Um almoço especial, que só é possível pela força de vontade e dedicação de pessoas muito especiais!
    Adorei a tua reportagem Basílio, fica para a posteridade!

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  2. Obrigado pela simpatia querida amiga Lenita. De facto, começam a ser cada vez mais especiais as pessoas que se dedicam a fazer coisas bonitas, como este Almoço dos Reis ou o Cantar das Janeiras, que lhe está na origem, sem outro interesse que não seja o de preservar belas tradições profundamente enraizadas na história e na cultura vilarmourenses. Bem hajam todos, nunca desistam e tragam outros amigos.

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  3. Um belíssimo trabalho, sobre um excelente evento ....parabéns

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  4. Obrigado, amiga Elisa, mas aqui o importante mesmo é o evento. Se ele não existisse o meu trabalho também não existia...Pena que não haja muitas mais actividades na associação. Vamos fazer força para que isso volte a acontecer.

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  5. Basílio, só agora estive a ver, porque no tele não dá. Parabéns mais uma vez, não apenas pela reportagem como pelo esforço dispendido na realização dum evento tão interessante e que nos remete para as nossas raízes. Faz-nos bem sentir, nestes tempos de" usa e deita fora", que há pessoas que continuam a esforçar-se para transmitir às gerações aspectos tão ricos da nossa cultura e tradição. Parabéns a todos

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  6. Olá Basílio. Parabéns pela reportagem e seleção fotográfica deste evento que atravessa já muitas gerações de vilarmourenses e seus visitantes. É sempre bom saber que as tradições são mantidas. Um bem haja a todos os que despendem do seu tempo para a realização e promoção destes eventos. Obrigada.

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  7. Os meus agradecimentos à Gabriela Barros e ao Unknown (eheheheh, que, tudo o indica, deve ser a minha colega e amiga de longa data, Maria Ferreira), pela simpatia de terem comentado o que publiquei sobre este acontecimento. É verdade, tendes toda a razão, há que dar o devido valor a quantos trabalham para que tradições como esta não desapareçam. Salvemos as "raízes" que, sem elas, a planta bem pode murchar...e atrás da planta, vamos todos nós. Uma sociedade egoísta, mesquinha, individualista, não terá grande futuro se perder, como vem perdendo, importantes referências históricas e culturais que lhe conferem unidade e consistência! Dificilmente saberemos para onde vamos se não soubermos de onde vimos...

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