VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

PEIXES MORTOS – OUTRA VEZ

Infelizmente já começa a não ser novidade, é quase uma rotina: periodicamente os peixes do Rio Coura vão sendo dizimados de uma forma tão maciça e eficaz que até parece programada, como num genocídio. Sobretudo no Verão, com certeza pela acentuada diminuição do caudal de água e consequente maior concentração nela de produtos tóxicos ou outros nocivos aos peixes e falta de oxigenação, estes fenómenos acontecem com muito mais frequência.
Como em épocas balneares a praia fluvial das Azenhas é bastante frequentada, qualquer dia Vilar de Mouros passa a ter mais uma potencial atracção turística. Estou mesmo a ver o “cartaz”: "Visite Vilar de Mouros e venha assistir ao mais espectacular desfile de peixes mortos ou moribundos no Rio Coura…dia (ou dias) tantos de tal…! Entradas gratuitas!"
Basta reparar na foto que tirei à praia fluvial no dia do “massacre”, para se ver a quantidade de pessoas que assistiu em directo, sem querer, ao espectáculo, não anunciado, deste ano. Todas as fotos (que podem ser ampliadas clicando e algumas têm legenda) foram tiradas dia 29, entre a ponte e a azenha. Agora imagine-se o que seria se o acontecimento fosse bem divulgado, com antecedência, na comunicação social e com muitos cartazes…como nas eleições!...
Agora falando a sério, porque se trata mesmo de uma questão séria, será que isto é mesmo inevitável? Não se pode fazer nada? Ninguém é responsável? Não há culpados? Acontece uma, duas, três, cinco, dez vezes e as entidades oficiais não dizem nada?  
Depois admiram-se que as pessoas se revoltem quando um pescador à linha, com uma simples cana de pesca, ou um “caçador” de fisga, cometem o gravíssimo crime de apanhar ilegalmente um bogardo ou fisgar um dos muitos milhares de exemplares de lampreias que sobem todos os anos este rio e são, esses sim, não escapam, severamente castigados! Acho que já é tempo de começarmos a tratar TODAS as pessoas deste país, que se diz de direito, de forma semelhante. Ou não? Eu devo ser um lírico!           

Já agora e porque se ouviu falar, nos dias que precederam o Festival de Paredes de Coura do ano passado e também no que agora iniciou, na possibilidade de existência de salmonelas no Rio Coura, por simples curiosidade escrevi no motor de busca do Google (passe a publicidade) a palavra “salmonelas” e fui encontrar, de entre outras coisas, uma notícia do “Correio da Manhã” de 30 de Julho de 2010 (hoje, ou amanhã, se preferirem, pois são 3 da madrugada) que diz, e passo a citar:
“Um relatório da Câmara Municipal de Paredes de Coura concluiu que a água do rio Tabuão, que está integrado no recinto do Festival Paredes de Coura, não tem salmonelas, depois de o assunto ter gerado dúvidas entre as autoridades. A organização do evento, que arranca na quinta-feira, aplaude esta conclusão.”

Sem de qualquer modo querer insinuar seja o que for, achei muito curiosa esta notícia e esta coincidência de datas e acontecimentos. Foi bom para tranquilizar os “festivaleiros” que gostam de tomar banho…não sei se terá sido assim tão bom para os peixes, mas não me compete a mim averiguar.
 

 

6 comentários:

  1. ñ sei se posso falar muito, mais ñ da para a propria população SE juntar e fazer algo. ja que os politicos ñ estão nem ai.
    thereza cristina

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  2. PEIXES MORTOS NO RIO COURA

    Infelizmente eu já me lembro de mortalidades cíclicas de peixe no Rio Coura desde há mais de cinquenta anos.
    Nesse tempo a poluição do Rio ficava a dever-se claramente á exploração de minas de volfrâmio, quer ás desactivadas daqui mesmo de Vilar de Mouros, quer ás que durante muitos anos mais foram exploradas na Freguesia de Covas.
    Entretanto também as minas de Covas foram desactivadas há mais de vinte anos, e actualmente até se encontram seladas.
    Acresce que os produtos tóxicos que desde há uns anos a esta parte matam os peixes não são arrastados por correntes derivadas de chuvadas, sendo portanto de por de parte os motivos que antigamente causavam este tipo de crime.
    Só restam algumas hipóteses e nestas as mais consistentes na minha opinião, são as que podem derivar de descargas ao longo do Rio, ou de mau funcionamento da ETAR de Paredes de Coura, que agora por acaso é de construção recente, e somos levados a crer que também de construção, e funcionamento exigente.
    Mas o que importa aqui reter é que infelizmente continuamos a viver num País do faz de conta que se revela incapaz de contrariar crimes destas e doutras índoles tornando-se os sucessivos governos cúmplices destes crimes ambientais e em consequência da destruição do nosso meio ambiente e da natureza.
    Aproveito para relembrar aqui também a poluição orgânica de que este Rio sofre há muitos anos, e que é bem visível e clara no seu leito (e que seria muito fácil averiguar a sua fonte) não sendo por acaso que a água que bebemos (captada no Coura) bastas vezes se apresenta com doses significativas de cloro, nomeadamente no verão quando o caudal do Rio é pouco.
    E já agora por onde andam as associações ambientalistas nomeadamente a COREMA que não se conhece delas quaisquer posição ao longo de muitos anos ?
    E será que é desta que a Câmara Municipal de Caminha resolve finalmente tomar uma posição clara de repúdio por o acontecido, e se movimenta no sentido de exigir pleno esclarecimento de uma vez por todas, para que se possa culpabilizar os responsáveis, e terminar de uma vez por todas com estes crimes?


    Carlos alves

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  3. Cara Theresa Cristina, antes de mais obrigado pela sua participação. Pode fazê-lo com toda a liberdade sempre que achar oportuno. Tem toda a razão quando diz que a população devia ser mais interveniente e exigente em termos de resposta a este e outro tipo de problemas, que são escandalosos mas, na conjuntura actual e muito em especial no concelho de Caminha é bem difícil que isso aconteça. Não sei de onde está a falar mas se estiver a viver por estes lados deve bem compreender o que quero dizer. Por agora fico-me por aqui. O 25 de Abril, por estas bandas, anda muito arredio...

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  4. Olá, Basílio!!
    As tuas peocupações revelam a tua essência Humanista,Ambientalista,Cidadão que sofre com o desabar de valores que a sociedade teima em fazer desaparecer assumindo uma perspectiva egoista,economicista,destrutiva da VIDA NO NOSSO PLANETA!!
    Que bom seria que as tuas preocupações sobre este fenónemo, que tu chamaste e bem de genocídio,chegassem aos jovens de Vilar de Mouros, de Paredes de Coura, de Caminha, de Portugal...do Planeta e pelo menos esse tomassem consciência e fizessem algo no sentido de aletra os políticos que são os adultos e os verdadeiros responsáveis por esta e outras destruições....Não fiques pela denúncia/alerta consciente apenas no teu blogue!!É muito restrito o espaço!!Há que levar os jovens da tua terra a manifestarem se publicamente, vestidos de negro,carpindo junto às águas do Coura, contactar a SIC e mostrar aos responsáveis deste país que estão a matar a VIDA!!!Um abraço Teresa

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  5. Basílio,não desistas de lutar pelas tuas
    convicções!!!Um abraço

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  6. Olá,
    Excelente blogue,parabéns!

    Conheço relativamente bem o Rio Coura desde a nascente até à foz.

    Pesco Nele à já muitos anos,e é um dos destinos favoritos de grande parte da comunidade amante da pesca desportiva de trutas,senão o mais importante a nível Nacional.

    Este é um rude golpe no seu ecossistema,dificilmente recuperável.Levará anos para que a Natureza reponha o que em horas o Homem destruiu.

    Faz muito bem em levantar a voz perante tais crimes,conte com o apoio de grande parte dos pescadores de trutas,caso Haja queixa nos Tribunais.
    Abraço,
    João Dias

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