VILAR DE MOUROS SEMPRE

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

As armadilhas funcionam

Na Estrada Nacional 13, em Seixas, no curto espaço de onze dias, aconteceram dois graves acidentes de viação. Do primeiro, a 11 de Dezembro, há a lamentar a morte trágica de um grande vilarmourense, meu bom amigo e familiar, o Manuel Costa; do segundo, ocorrido a 22 do mesmo mês, sei que, pelo menos uma pessoa foi transportada no carro do INEM para o hospital, desconhecendo-se a gravidade do seu estado e há ainda a registar avultados danos materiais em dois veículos.

Bom, é verdade que estas coisas acontecem e Seixas tem sido
 palco, desde há vários anos, de múltiplos acidentes, envolvendo a morte de várias pessoas. Só que estes dois últimos, quanto a mim devem-se, se não na totalidade pelo menos em grande parte, sobretudo o primeiro deles, a autênticas armadilhas de trânsito aí existentes. Explicando melhor:

1 - O acidente mortal do dia 11, embora não havendo testemunhas, pelo menos que se saiba, só tem uma explicação lógica: o motociclista, já de noite e com má visibilidade devido à queda de uma chuva miudinha, terá sido levado ao engano pela inexistência de qualquer sinalização a indicar uma extensa zona de
 estacionamento há tempos criada entre o Largo de S. Bento e o cemitério de Seixas, do lado direito da via, no sentido norte / sul. Assim, encostando à direita, como mandam as regras de trânsito, só se terá apercebido do logro quando lhe surgiu pela frente o passeio que põe fim, abruptamente, a essa área. Já era tarde e, embatendo aí com, pelo menos, uma das rodas, que ficou muito danificada, perdeu o equilíbrio e caiu uns metros mais à frente, desamparado, em plena via. Uma das fotos que junto, assinalada com o número 3, é bem demonstrativa da inexistência de sinalização adequada no local e de como é fácil confundir-se o espaço para parqueamento com uma outra faixa de rodagem. Nessa foto como nas  numeradas com 1 e 2 pode ver-se, e está assinalado com setas, a pedra do passeio
 lascada em mais que um sítio, resultado deste e de outros acidentes que, garantiram-me, já aí ocorreram antes, embora de bem menor gravidade.

2 – A colisão do dia 22 aconteceu no lugar denominado Alto da Veiga, a escassas centenas de metros, nos semáforos que foram colocados no entroncamento da EN 13 com a Estrada de Marinhas e a Rua das Pedras Ruivas. Foi um choque com alguma violência, tendo o veículo maior, um jeep, abalroado o que estava à sua frente, destruindo-lhe a parte traseira. Quando
 passei, por acaso, no local, estavam a colocar alguém, que posteriormente foi transportado na ambulância do INEM para o hospital, numa maca. Mais não sei, espero que não tenha sido nada de grave, mas o que me interessa aqui é comentar a inoportunidade da colocação daqueles semáforos. É que, tal como estão, e esta opinião não é só minha mas de muitos utentes da via, acho que seria, por várias razões, bem mais sensato deixar estar como estava. Assim:

a) O fluxo de trânsito nesse local é incomensuravelmente superior na EN 13, o que leva a que se formem frequentes e longas filas de automóveis nessa via, sobretudo em períodos de maior afluência de
 tráfego, enquanto fica verde, alternadamente, na Estrada de Marinhas ou na Rua das Pedras Ruivas, mesmo sem que haja carros daí provenientes; é quase impossível passar, hoje, nesse ponto, sem ter de se parar, o que era excepcional anteriormente;

b) A localização dos semáforos fica muito próxima de uma curva que os antecede, no sentido Caminha / Seixas e, embora exista sinalética a obrigar à redução de velocidade, primeiro para 70 Km/h, depois para 50 e 40, acontece que, por vezes, os últimos carros das filas formadas surgem aos olhos do condutor de repente e em plena curva, “em cima” desses sinais, bastando uma pequena distracção para que possam acontecer acidentes de consequências
 imprevisíveis, até porque a recta que precede a dita curva convida a alguma velocidade. Aliás, segundo informações, já houve outros acidentes nesse local depois da, ainda recente, colocação dos semáforos, o que deveria fazer reflectir quem de direito, antes que haja a lamentar novas tragédias.

A concluir só quero fazer uma pergunta aos senhores que definem as prioridades na Estradas de Portugal, S.A: então há carradas de dinheiro para colocar semáforos de, no mínimo, duvidosa utilidade (eu acho que, ali, é não só inútil como contraproducente), e não há uns míseros euros para sinalizar, seja com uns reflectores, uns simples traços transversais no piso ou mesmo a alteração da sua cor,
 um espaço que, não tendo carros estacionados ( e raramente tem), se transforma em verdadeira armadilha mortal por parecer uma outra faixa de rodagem? Não dá mesmo para entender, ou, se calhar, até dá...coisas "insignificantes" não terão grande interesse!

Para além das três fotos que já referi junto outras cinco, sendo as duas primeiras relativas ao acidente do dia 22 (ocultei as matrículas dos carros e a cara das pessoas envolvidas), pretendendo com as restantes documentar e ajudar a explicar o que escrevi sobre a perigosidade do local.

1 comentário:

  1. O caso que o professor Basílio apresenta tem toda a razão e todo o sentido, de facto, quem se desloca no sentido Caminha-Valença, aquele semáforo é uma autentica ratoeira para os veículos motorizados, o professor é muito claro como descreve esta situação,
    Quanto ao Manuel da Costa, um bom amigo que desaparece, paz à sua alma.

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