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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

BOM NATAL E MELHOR ANO NOVO

Estamos quase no Natal, uma festa cristã na sua essência que, tendo no presépio a sua representação mais pura e significativa e sendo, tradicionalmente, uma quadra sobretudo de vivência e encontro, ou reencontro, familiar, acaba por ser também, quase que por magia, talvez por sentirmos o conforto da presença daqueles que nos são mais próximos, ou porque o espírito de Natal a isso conduz, o tempo de repararmos que, afinal, os outros seres humanos também são, de algum modo, nossos irmãos.
Isso é bom, muito bom, mas é uma lástima que não sejamos capazes
 de o ter presente nos restantes 364 (ou 5) dias do ano. Porque será? Não tenho a pretensão de encontrar respostas, até porque elas serão múltiplas e variadas, mas  se cada uma das pessoas que tiver a paciência de ler este pequeno texto se der ao trabalho de reflectir um pouco sobre essa questão, já dou o tempo que gastei a escrevê-lo como bem empregado.

Os políticos, então, começando nos do poder central, desde o Presidente da República ao Primeiro Ministro e  vindo por aí fora até aos municípios, são pródigos, nesta altura, na difusão de mensagens de amor, solidariedade, necessidade de justiça, igualdade , união, etc, etc. Que fazem nos restantes dias do ano?
 Uns, criam e promulgam leis que vão no sentido contrário ao que apregoam, promovendo as desigualdades, acentuando as injustiças, outros são bem conhecidos (as) pela  forma caciqueira e turbulenta de fazer política no seu dia a dia, com recurso a  expedientes como pressões, ameaças, perseguições e outros meios nada compatíveis, sequer, com os princípios básicos de uma salutar convivência democrática, quanto mais com o espírito de Natal que  tão bem sabem propagandear.

  Sei que a época é de paz e alguns dos que me estão a ler
poderão pensar que a altura não é a mais propícia para relembrar coisas tristes. Penso, exactamente, o contrário. É agora que é preciso recordar às pessoas, sobretudo às que têm responsabilidades de governação e de gestão dos bens públicos que, amanhã, nas suas decisões e nos seus actos, se devem lembrar das belas palavras que hoje proferiram.
  
Mas também nós, cidadãos comuns, não podemos lavar as mãos, como Pilatos, nem olhar apenas para o nosso umbigo. Vivemos numa sociedade onde todos dependem de todos e temos a obrigação de estar atentos, de olhar à nossa volta, de apresentar propostas, denunciar situações de injustiça e exigir a sua reparação. Por outro lado, quantas vezes, com um simples gesto ou uma palavra amiga e de conforto
 não poderíamos minorar o sofrimento de alguns com quem nos vamos cruzando no dia a dia mas aos quais, na prática, nos recusamos, por puro egoísmo ou comodismo, sequer, a reconhecer.

Se assim fosse, o Natal faria bem mais sentido e teria um outro alcance, independentemente de acreditarmos ou não na faceta religiosa que o envolve e está na sua origem. Tal como é, pode ser um bom pretexto para os políticos passarem belas, mas hipócritas, mensagens, uma excelente oportunidade para a promoção do turismo, para o desenvolvimento da indústria e do comércio (sobretudo das multinacionais e das grandes superfícies), para um esporádico reencontro familiar mas…sinceramente, parece-me pouco. Está nas nossas mãos que venha a ser diferente.

A todos os meus amigos e, em especial, aos seguidores, comentadores e habituais leitores deste blogue, desejo um bom Natal e que 2012 passe, tanto quanto possível, ao largo de uma crise que outros provocaram, alguns dela beneficiaram e muito, mas como de costume, vamos ser nós a pagar.  
                                                        Forte abraço

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