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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Chafariz em estado de coma


água choca e lixo

O chafariz da Praça Conselheiro Silva Torres, no centro da vila de Caminha, é uma belíssima obra arquitectónica renascentista, construída entre1551 e 1553, da autoria do mestre vianense João Lopes, o Velho, o mesmo projectista que concebeu o chafariz de Pontevedra, na Galiza e o da Praça da República, em Viana do Castelo, tendo sido classificado como monumento nacional por decreto de Junho de 1910.

Há cerca de seis anos, em 2005, a Câmara Municipal decidiu proceder a trabalhos de limpeza, estabilização, conservação e embelezamento do mesmo. Foi uma intervenção bastante onerosa,
 da ordem de várias dezenas de milhar de euros, na altura algo contestada por alguns, não só pelos elevados valores envolvidos mas sobretudo por haver quem considere que esta forma de operações de limpeza acelera o processo de erosão do granito, começando pela deterioração dos pormenores devido à remoção da pátina, ou seja, daquela capa escura existente na superfície de rochas, edifícios, moedas e outros objectos, que se forma devido à alteração provocada pela acção prolongada de agentes físicos e, ou, químicos, mas que acaba por ser também uma elemento de protecção das camadas interiores.

Todavia, a razão para esta minha mensagem não tem nada a ver com esse tipo de discussões técnicas para as quais não me sinto preparado nem vocacionado mas, antes, com uma coisa muito mais
 simples e que toda a gente entende: é que, neste momento, nem sequer existe chafariz no Terreiro de Caminha. E não existe porquê? Porque um chafariz tem de ter, por definição, água corrente! Ora, em plena época balnear, já em Agosto, com as esplanadas do terreiro repletas (e ainda bem…) de visitantes, nem uma gota cai das torneiras de tão bela construção! Pelas fotografias que junto (clicar para aumentar) e que foram obtidas em plena Feira Medieval, pode perfeitamente verificar-se que, quer no tanque circular quer na 1ª e 2ª taças apenas existem uns restos de água choca e misturada com lixo! Como é isto possível? Será que o problema é assim tão complicado de resolver? O bom nome e a imagem de Caminha não mereceriam outro tratamento? Gasta-se tanto dinheiro em coisas de duvidosa, ou nenhuma, utilidade e não sobra nada para pôr água corrente neste lindíssimo monumento localizado no coração de Caminha?!

cai uma gota de tempos a tempos
Note-se ainda que, enquanto decorreu a Feira Medieval, talvez como forma de aliviar um pouco a seca e o peso das inúmeras críticas feitas em relação à falta de condições de higiene para um evento que durou dez dias e trouxe a Caminha tanta gente, foi apenso um “anexo” ao monumento nacional, em forma de torneira, ligada, suponho, à rede de água pública, conforme foto que também publico, tirada no dia seguinte ao final da feira.




torneira como anexo torneiras sem gota de água




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