VILAR DE MOUROS SEMPRE

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quarta-feira, 23 de março de 2011

TEATRO DO C.I.R.V. VAI A VENADE

Como já escrevi anteriormente http://vilardemouros-sempre.blogspot.com/2010/12/teatro-de-natal-no-cirv.html  e integrado nas comemorações do 75º aniversário do C.I.R.V. foi levada a cena, em estreia, nesta associação, no dia 26 de Dezembro, com assinalável êxito e casa cheia, a peça de teatro “Bendita Queimadela”, escrita por Avelino Porto, irmão do bem conhecido Arquitecto José Porto, ambos vilarmourenses.

Logo nessa altura a Câmara Municipal de Caminha decidiu consultar a direcção da colectividade sobre a hipótese de o grupo estar disponível para participar no programa “Março é Teatro”, feliz iniciativa que aquela entidade vem desenvolvendo anualmente e que pretende a promoção, durante esse mês, de actividades que vão de encontro à promoção desta tão interessante como educativa vertente cultural.

Dada a concordância de todos (Direcção, GEPPAV, encenador e grupo de actores), acabou por ser agendada, pelo município, a data de 19 de Março para a realização de um espectáculo em Venade, no Centro Desportivo e Cultural daquela freguesia.

Assim se fez. Apesar de algumas contrariedades e dificuldades em juntar a totalidade do grupo para a retoma dos indispensáveis ensaios (não houve um único com a presença de todos…), a peça lá foi representada com assinalável êxito e agrado generalizado do, não muito, público presente.

Fernando Borlido, encenador, procedeu, antes do início do espectáculo, à leitura de um pequeno texto, de sua autoria, alusivo ao Dia Mundial do Teatro, 27 de Março, chamando a atenção para a importância desta modalidade artística vir a ser bem mais apoiada e incentivada, de forma efectiva, durante todo o ano e não apenas num qualquer dia ou mês, por tudo quanto pode significar em termos de
 enriquecimento relacional, cognitivo, emocional, artístico, da criatividade e do imaginário de quem a pratica, muito em especial dos jovens, como o são a quase totalidade dos intervenientes nesta peça.

Pela minha parte não posso deixar de enaltecer o esforço de todos quantos trabalharam para mais esta iniciativa, em representação do C.I.R.V., desde a sua Direcção, nas pessoas do seu presidente Mário Ranhada e tesoureiro António Fiúza, passando por todos os elementos do GEPPAV (Paulo Bento, Joaquim Aldeia, Plácido Souto e António Lages), aos actores (Alberto Porto, Augusta Caldas, Amélia Barros, Rui Barrocas, Débora Vilarinho, César Barros, Mª do Carmo Pereira, Gabriel Barros, Magda Barros e Clara Bento), eu próprio apenas no apoio à parte musical, à Tatiana Silva
pela boa ajuda que, mesmo sem ensaios, prestou como ponto e, com particular destaque, ao meu bom amigo de longa data, Fernando Borlido, verdadeira alma deste grupo e que, como encenador, fez um trabalho verdadeiramente fantástico para o tempo e condições que lhe foram proporcionadas.

Relativamente ao papel do município é de louvar o apoio a este tipo de eventos que, como diz na própria Agenda Cultural e cito “mais do que promover o gosto pelo teatro, estas iniciativas ajudam as próprias associações do concelho, já que o dinheiro relativo ao
 custo simbólico das entradas reverte para as instituições do concelho que lutam para manter esta arte viva e de boa saúde”, mas julgo também meu dever, com um espírito crítico positivo e na perspectiva de se melhorar no futuro, chamar a atenção para alguns aspectos da organização que podem e devem ser corrigidos ou melhorados no futuro. Assim:

- Não se compreende que todo o grupo cénico e seus colaboradores tenham tido conhecimento de que iriam actuar a Venade no dia 19 de Março à noite através da Agenda Cultural da Câmara, como aconteceu. Nem um simples contacto telefónico para qualquer um deles, até como forma de prevenir possíveis indisponibilidades.

- Tratando-se duma organização daquela entidade parece-me muito pouco o apoio prestado ao evento, que se limitou, tanto quanto sei, à cedência de uma viatura e pessoal para transporte dos cenários do CIRV para o C. D. C. de Venade e vice-versa e à disponibilização de uma pessoa para a cobrança dos bilhetes na noite do espectáculo. Todo o trabalho de montagem, desmontagem de cenários, instalação de som e luz teve de ser executado por pessoas afectas ao C.I.R.V.

- Embora, segundo informações, tenham sido feitos cartazes de divulgação do evento, estranha-se não se ter visto nenhum em qualquer lado, nem em Venade e Vilar de Mouros. Provavelmente terá sido essa uma das razões da escassa participação do público, o que foi pena.

- Se a intenção é, conforme Agenda Cultural, “mais do que promover o gosto pelo teatro…ajudar as associações do concelho que lutam para manter esta arte viva”, parece-me que terá de ser revista a forma de o fazer, já que o resultado final obtido, depois de tanto trabalho, tanto empenho envolvendo tantas pessoas, tantas viagens e incómodos é francamente desolador: 59 € para o C.I.R.V. resultantes de outros tantos bilhetes cobrados, a 1€ cada.

  

Borlido é chamado ao palco...


...e chama-me. Não havia necessidade.


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