VILAR DE MOUROS SEMPRE

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Festival Vilar de Mouros 82 - piquenique comemorativo

Tal como referi na mensagen anterior, a passagem dos 30 anos do Festival de Vilar de Mouros 82 foi assinalada, relembrada e celebrada nesta localidade no dia 31 de Julho último, por um grupo de amigos do festival que se juntaram no largo onde se situa o palco então construído para a atuação do U2, Stranglers e outros.

Este encontro, simples mas de grande simbolismo, constou, essencialmente, de duas partes:

- um piquenique aberto a todos os que quiseram participar, levando cada um o seu farnel, no recinto do festival;

- a apresentação de um filme realizado por Vítor Gonçalo para a RTP sobre o Festival de 1982, filme esse cuja cópia, em cassete VHS, foi em tempos cedido por Armando Ranhada, presidente da junta na altura, a Fernando Zamith, que o passou para DVD.
Não estiveram muitas pessoas, é verdade, mas o objetivo central também não era esse, caso contrário teria sido escolhido um outro dia ou, pelo menos, uma hora diferente. Tratando-se de uma terça feira, em horário laboral, logo à partida muitas pessoas eventualmente interessadas em participar teriam sérias dificuldades em fazê-lo, como acabou por acontecer.

Fernando Zamith explicou isso mesmo a todos os presentes, incluindo os órgãos de comunicação social (Porto Canal – TV, Caminha2000 e Caminhense), agradecendo a sua comparência  e  esclarecendo que esta iniciativa surgira de uma conversa com o seu amigo de longa data, Luís Alves, um entusiasta do festival de Vilar
 de Mouros e participante na edição 82, que sugeriu a realização de um piquenique entre ambos e respetivas famílias, no dia em que se assinalam 30 anos sobre a passagem da data de abertura daquele importante evento. A ideia de abrir a participação a outros interessados e publicitar essa intenção no facebook foi, depois, do Fernando Zamith, pretendendo com isso dar uma maior visibilidade ao ato e chamar a atenção para a importância deste evento.

Mesmo assim e apesar de tudo participaram, no piquenique, cerca de trinta pessoas, algumas das quais, por terem de se ausentar, não assistiram à exibição do filme mas, em contrapartida, várias outras se juntaram ao grupo, tendo estado mais de vinte na sala da assembleia de freguesia, onde o mes-
mo foi projetado. Dada a escassíssima divulgação deste encontro, pratica- mente só através do facebook, e as condicio- nantes que o envolveram, julgo que a adesão, num total global de mais de quarenta  pessoas, pode ser considerada satisfatória e demonstrativa da força que o “nosso” festival, apesar das tropelias, oportunismos e espertezas saloias de que tem sido vítima, ainda consegue manter.

Junto fotografias de dois tipos:

- as primeiras referem-se ao que se passou no dia 31 de Julho;

- as restantes foram por mim extraídas de uma cópia gentilmente oferecida pelo Fernando Zamith, do filme a que acima me refiro.

Note-se que este filme possui, infelizmente, uma qualida-
de de imagem muito degradada, o que impossibilita a extração de boas fotografias mas, mesmo assim, achei interessante fazê-lo e publicá-las pelo importante significado que têm.

Efetivamente, algumas delas trazem à memória dos vilarmourenses recordações marcantes de uma história que, embora recente, depressa se vai esbatendo na voragem vertiginosa do ritmo acelerado dos tempos modernos. É o caso do cortejo de oferendas realizado para angariar fundos para ajuda da construção do “Centro Social”…que acabou por continuar como Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense, embora com novas instalações.

Nas imagens que publico desse cortejo ainda é possível, apesar da muito má qualidade, identificar várias pessoas.
Há outras que mostram o exterior e o interior do  velhinho “clube”, em dia de almoço de reis, numa altura em que as mulheres ainda não podiam participar. Eu próprio, (de barbas…rsrsrsrs) meu irmão e cunhado aparecemos ao lado do saudoso Dr António Barge.  Pode igualmente ver-se a confeção da tradicional ementa, então feita ao ar livre, em enormes panelões.

 Os grandes planos de rostos de vilarmourenses e caminhenses bem conhecidos foram retirados de mini entrevistas registadas no filme (antes do festival de 82) em que todos teciam rasgados elogios ao Festival de Vilar de Mouros, havendo mesmo quem afirmasse que devia pas-
sar a ser todos os anos.
As restantes imagens dizem respeito à edição de 1982, desde a chegada dos jovens , em comboio, a Caminha, a passagens da atuação dos muitos e bons  grupos em palco, a episódios várias do público e…(cuidado!...XXX) às  eventualmente chocantes, para mentes de extrema sensibilidade, cenas de nudismo!

Penso que é uma pena que um filme como este não conste, e em bom estado de conservação, nos arquivos da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia e da própria RTP. Chama-se a isto uma desorganização muito bem organizada!

Acredito, no entanto, que alguém ainda tenha em seu poder uma cópia em melhor estado e esteja disposto a cedê-la para salvaguarda de um documento que faz parte da história de Vilar de Mouros e de Caminha.

A concluir, faço minhas as palavras de Fernando Zamith, escritas no Facebook, a propósito deste piquenique:
“Foram momentos muito bem passados…fica lançado o desafio para que nos juntemos noutras iniciativas que mantenham vivo o nosso Festival de Vilar de Mouros. Até sempre”
            Imagens extraídas do filme realizado para a RTP
Eventualmente...
...chocante!
Fernando Zamith e Luís Alves, uma vez mais, as minhas felicitações e o meu obrigado.

2 comentários:

  1. Obrigado amigo Basílio, por partilhares connosco, filhos da terra, mais um evento que muitas saudades nos deixa, desde logo, pelo mentor e autor de tamanha e difícil tarefa em apostar tudo naquele festival, depois, pelas imagens de pessoas que conhecemos novas e com os anos... Enfim, outras ainda pior, infelizmente já não estão entre nós. Nem imaginas como é arrepiante vermo-nos àquela época. Tive a ousadia de colocar a tua hiperligação no meu blog, visando não só, criar mais espaço de divulgação do evento, mas também, porque a jovem que aparece numa das fotos, era e ainda é, a minha mulher. Na altura gravida do Miguel que acabaria por nascer em Novembro desse ano. Como é bom recordar. Obrigado!
    Aquele abraço.

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  2. Caro amigo, não tens que me agradecer. Fizeste muito bem em colocar a hiperligação no teu blogue. A minha intenção ao publicar este tão simples como significativo evento é precisamente a de não deixar esquecer o "nosso" festival e, quanto mais divulgação tiver, melhor cumpre o seu objetivo. Daí também ter de te agradecer. Quanto à idade e à passagem dos anos, o tempo não perdoa, mas temos de nos saber adaptar ao presente sem nunca esquecer o passado, respeitando-o, aprendendo com as lições que o mesmo nos dá, reconhecendo o valor de muitos que nos antecederam e que, com o seu seu esforço, permitiram que hoje possamos beneficiar de tanta coisa que, de outra maneira, nunca teríamos. O dr Barge é um bom exemplo disso mesmo, como pai de um festival que tanto valorizou toda uma região habitualmente desprezada pelos sucessivos poderes centaris, como é a alto-minhota, nada ganhando com isso, antes pelo contrário, perdendo rios de dinheiro. Também por isso mete dó ver o desrespeito com que tão importante acontecimento é tratado pelos que mais dever e obrigação tinham de o defender. Enfim, melhores dias virão, quero acreditar.
    Grande abraço, amigo.

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