VILAR DE MOUROS SEMPRE

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

CIRV - Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense


Assembleia Geral Ordinária


Realizou-se no dia 22 de Abril último, pelas 15H30, uma Assembleia Geral Ordinária do CIRV com vista à apresentação, discussão e votação do relatório e contas de gerência de 2011 e plano de atividades e orçamento para 2012. A aprovação destes documentos, há muito obrigatória por lei e sem a qual a associação poderá perder o estatuto de utilidade pública, com todas as consequências negativas que daí  advêm, adquiriu agora uma ainda maior importância, a partir da publicação, pela Câmara Municipal de Caminha, do “Regulamento de Apoio às Associações Culturais e Recreativas”, que estipula as condições exigidas às coletividades para se poderem candidatar a qualquer apoio daquela entidade. Assim, o  subsídio que, embora pequeno (julgo que da ordem dos 400 €), era concedido, por norma, todos os anos, acabou, tudo passando a depender, agora, da apresentação atempada de propostas de apoio, até 31 de Outubro para o ano seguinte, seja para atividades, obras, equipamentos ou outras, da avaliação que o município fizer dessas mesmas propostas e da sua disponibilidade financeira. Na página web da Câmara, no Balcão Online, em Regulamentos Municipais e em Formulários e Requerimentos, pode ser consultada toda a documentação necessária sobre este assunto: o Regulamento de Apoio já referido, a Ficha de Inscrição no Registo Municipal das Associações (REMAC), a Ficha de Atualização no REMAC, o Formulário de Candidatura e o Relatório Final de Projeto. Note-se que, apesar de este novo regulamento só agora entrar em vigor, a direção do CIRV ainda não recebeu os subsídios regulares de 2010 e 2011, ignorando se ainda os vai receber.
Quanto à assembleia em si, repetiu-se, no que ao número de presenças diz respeito, o mesmo "filme" do ano passado e que revela o, pelo menos, aparente desinteresse da esmagadora maioria dos associados para com a sua coletividade. Para quem, como eu, assistiu e participou no
esfuziante entusiasmo dos anos que se seguiram à inauguração destas novas instalações faz, realmente, pena e dá que pensar. Bem sei que a época é outra, a euforia inicial esfumou-se, a diversidade das ofertas é hoje incomparavelmente superior, o aumento em flexa do parque automóvel permitiu, e ainda bem, a possibilidade de fácil movimentação para outros locais, a conjuntura sociopolítica, local e nacional, não será a mais favorável mas… não deixa de ser igualmente verdade que esta associação faz parte, conforme bem documenta a obra “Álbum de Memórias do Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense” (ainda há exemplares disponíveis) ,  da cultura e da história da nossa freguesia, tem imensas potencialidades para os mais diversificados fins, de ordem educativa, social, desportiva, recreativa ou outros, pelo que custa a crer o estado de quase abandono a que foi votada. Sem citar nomes, sem de algum modo pretender imiscuir-me nas opções e motivações que só a cada um dizem respeito e que serão, naturalmente, diferentes de caso para caso, podendo inclusivamente tratar-se de impedimentos alheios à vontade dos próprios (um está ausente no estrangeiro), não posso deixar de manifestar alguma estranheza e desconforto, como presidente da assembleia geral, pelo facto de nenhum dos seis presidentes da direção que antecederam o atual terem comparecido, quer a esta quer à assembleia do ano anterior!
A direção em exercício, ou parte dela, uma vez que alguns dos seus membros  vêm também primando pela ausência, tem focado as suas preocupações, com o auxílio do município, mais em assuntos de ordem administrativa, como sejam a legalização das instalações, ainda não concluída mas, segundo foi informado, já em fase terminal e a posterior obtenção de licenciamento para a realização de espetáculos públicos. Para tal vão ter ainda de ser realizadas algumas obras de beneficiação e adaptação, esperando-se que as mesmas possam vir a acontecer com o apoio, sobretudo, da Câmara Municipal, talvez em simultâneo com a construção do polidesportivo descoberto, empreendimento a que essa entidade já deu luz verde através da adjudicação, por ajuste direto, à firma Armindo Afonso, no valor de cerca de 76 mil euros, segundo informu o deputado municipal Paulo Bento e que deverá  iniciar-se a muito curto prazo.  
Esperemos que, finalmente, esta obra avance mesmo, possa vir a ser um polo aglutinador e dinamizador que atraia o interesse de todos mas, sobretudo, dos mais novos, para esta associação e lhe dê a vida e o entusiasmo de que tanto precisa, já que poderão aí ser praticadas modalidades desportivas como o volei, basquete, andebol, futebol de cinco e outras. Não tenhamos, porém,  ilusões: os equipamentos e os espaços apropriados são de grande importância mas vazios não servem para nada!
Conseguindo manter algumas das atividades de maior tradição ativas, como o Cantar das Janeiras, o Almoço dos Reis, a Escola de Música (que em 2011, dada a falha do apoio camarário também para esta área, deu um prejuízo de 2 780 €) e possibilitando a continuidade do trabalho do GEPPAV – Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, como secção autónoma, penso que esta direção, presidida por Mário Ranhada, se atingir o objetivo, como pensa, de concluir todo um complexo processo de legalização do edifício-sede e da obtenção do licenciamento para a realização de espetácu-

los, poderá sair, se assim o entender e  porque parece ser essa a sua vontade, com a plena satisfação do dever cumprido e a consciência de que deu um importante contributo para o futuro da associação.
E o futuro tem de passar, não tenho dúvidas, pelo crescente empenho dos mais jovens, quer através da sua participação nas diversas atividades, como teatro e desporto, quer mesmo pelo assumir de progressivas responsabilidades a nível de direção. Assim eles queiram, com o entusiasmo próprio da juventude, com a humildade suficiente para saberem escutar e tirarem partido dos conselhos dos mais experientes e no respeito pelas tradições que uma casa com a história e o prestígio desta exige e merece.
 Se isso acontecer e com as bases legais prestes a serem consolidadas pela atual direção, o CIRV renascerá, as assembleias serão novamente participadas, os sócios voltarão a interessar-se e nunca mais acontecerá, como em 2011, aparecer um valor irrisório de 131 euros como o total de cotas cobradas em todo o ano.
Uma nota final que registo com muita satisfação:
- Paulo Bento apresentou, a mesa aceitou e, posta à votação, foi aprovada por unanimidade uma proposta de atribuição da qualidade de sócios de mérito aos srs António Fiúza e José Pereira, pela enorme dedicação demonstrada e pelos relevantes serviços prestados à coletividade, de uma forma continuada, durante tantos e tantos anos.  

2 comentários:

  1. Filho de Vilar de Mouros, quis o destino que ficasse longe da minha terra, contudo, sempre atento às diferentes iniciativas, politicas, culturais e sociais, o "nosso" clube CIRV é e sempre foi, uma referência marcante de coisas positivas. Sempre com as quotas em dia, mas com pena de não ser um sócio ativo e participativo em todas as valências do clube. Parabéns a todos os que não deixam fechar o CIRV, parabéns pela proposta de atribuição de sócios de mérito, parabéns aos nomeados, e, estou certo, que outros haverá para nomear. Parabéns pelo post. Grande Abraço

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  2. Obrigado Vilarmourense. Pena mesmo que não estejas por cá, porque sei que irias colaborar ativamente. Talvez um dia, quem sabe?
    Abraço

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