VILAR DE MOUROS SEMPRE

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domingo, 14 de novembro de 2010

Estrada da Cavada

Eu não acredito em bruxas (aliás, já quase não acredito em nada) mas começo a ter dúvidas se o galego não teria razão quando dizia "non creo en bruxas pero que as hai, as hai"!

Realmente, o que se está a passar com as obras de beneficiação (?) da Estrada da Cavada parece só ter justificação num qualquer fenómeno que ultrapassa a capacidade de entendimento de um ser humano normal. 

Todo o vilarmourense sabe que a necessidade de realização de obras nesta importante via de comunicação, que serve todo o populoso lugar da Cavada e liga à vizinha freguesia de Sopo, data de há longos anos. Já no tempo da câmara socialista Vilar de Mouros reivindicava a realização dessas obras. Elas foram sendo prometidas, prometidas…mas sempre adiadas.
Com a mudança de poder no município o cenário manteve-se: a junta pedia, tornava a pedir, reclamava, a repavimentação da Estrada da Cavada ia constando, ano após ano, do plano de actividades camarário, mas a sua concretização não havia maneira de avançar. Claro que a gravidade da situação ia aumentando assustadoramente, a Estrada da Cavada já era motivo de chacota generalizada até que, em Abril de 2009 (por coincidência, claro, ano de eleições), a Sra Presidente da Câmara, no Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense, onde se deslocou para fazer a apresentação pública do projecto e assinatura de contrato de empreitada do novo Centro Escolar afirmou, em resposta a questão que lhe foi colocada pelo Presidente de Junta de então, que a repavimentação e beneficiação dessa estrada já havia sido adjudicada e iria avançar brevemente.
Como faltavam cerca de seis meses para as eleições autárquicas pensei: “agora vai mesmo”! Qual quê!? Passaram as eleições, o PSD até as ganhou, no município como na freguesia, mas as obras só começaram, se a memória não me atraiçoa, em Fevereiro! Arrastaram-se, pararam, recomeçaram e, em Setembro, lá foi colocado o piso betuminoso.

Entretanto, o general Inverno, logo nas primeiras chuvadas, decidiu pôr a nu a “qualidade” da obra. Ainda nem concluída está e, como se pode ver pelas fotos (tiradas hoje, 14 de Novembro), a estrada já revela fragilidades tais que não me parece difícil prever como vai ser curta a sua vida!
A camada de alcatrão é finíssima; a terra que o suporta não está devidamente compactada e cede às primeiras infiltrações de água, provocando o que as fotos documentam; os tubos colocados nas valetas nos locais de acesso a entradas e caminhos são estreitíssimos, entopem com facilidade provocando a invasão do piso pelas águas pluviais; quanto a passeios, numa zona com tantas casas e tão frequentada por peões, nem vê-los!

É caso para dizer: levou tempo mas…não valeu a pena!
Uma palavra final para o papel da Junta de Freguesia em todo este processo. Sei que não se trata duma obra sua, mas sim da inteira responsabilidade da Câmara Municipal. No entanto, nem por isso se pode colocar totalmente de fora pois, como afirmou a Sra Presidente, “a junta acompanhou as obras da estrada”. Então, se acompanhou, tem de estar mais atenta ao seu evoluir e chamar a atenção do município (com muito cuidado…muito cuidadinho…) para questões pertinentes que poderão melhorar a qualidade final da obra. Não sei se o não fez ou se não foi ouvida.


2 comentários:

  1. É como tudo neste país, vamos remediar...tampando os (olhos) buracos que por aí há.

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  2. É verdade Rouxinol, tens toda a razão. Não deve ter sido por acaso que o país chegou ao ponto a que chegou. Os responsáveis (?) são muitos, as espertezas saloias nunca mais acabam e a competência começa a ser uma ave rara! O melhor é começarmos a rezar...

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