Temos eleições autárqui- cas à porta: para o município e, pela primei- ra vez, para 14 das habituais 20 freguesias do concelho, já que a maioria que nos (des)governa, PSD e CDS decidiu, contra a vontade da esmagadora maioria das populações, forçá-las a “casamentos de conveniência”, para a redução do seu número.
Como se sabe, em Caminha há uma direita e três esquerdas. Tal como a nível nacional, também neste concelho as forças mais conservadoras encontram quase sempre forma de reunir tropas no ataque ao poder. Depois de lá instaladas repartem, “democraticamente”, o espólio entre si e, como diz a canção do Zeca Afonso, “eles comem tudo e não deixam nada”.
Nem sequer me interessa aqui e agora falar da (in)competência ou não deste executivo na abordagem e resolução dos múltiplos problemas que vêm assolando, em crescendo, o nosso concelho. Preocupa-me mais o clima asfixiante, por falta de liberdade, que se instalou em Caminha: é que não há memória, nesta linda terra, em democracia, de um exercício de poder autárquico tão autoritário, prepotente, discricionário e até persecutório como o atual. Podia citar casos factuais múltiplos, alguns até ocorridos comigo, quando membro de uma junta que foi massacrada por esta maioria municipal, mas nem vale a pena. Já tudo foi denunciado publicamente, tem sido mais do que badalado e só não o sabe ou reconhece quem anda muito distraído, quem já retira ou espera vir a retirar dividendos da situação ou então…quem tem medo. Sim, no concelho de Caminha, quase 40 anos depois do 25 de Abril, ainda há medo de se dizer o que se pensa. O delito de opinião existe. Todo aquele que, de algum modo, depende da câmara para ganhar a vida, e não nos esqueçamos que esta é, apenas e de longe, a maior entidade empregadora do concelho…que se cuide!
Nem sequer me interessa aqui e agora falar da (in)competência ou não deste executivo na abordagem e resolução dos múltiplos problemas que vêm assolando, em crescendo, o nosso concelho. Preocupa-me mais o clima asfixiante, por falta de liberdade, que se instalou em Caminha: é que não há memória, nesta linda terra, em democracia, de um exercício de poder autárquico tão autoritário, prepotente, discricionário e até persecutório como o atual. Podia citar casos factuais múltiplos, alguns até ocorridos comigo, quando membro de uma junta que foi massacrada por esta maioria municipal, mas nem vale a pena. Já tudo foi denunciado publicamente, tem sido mais do que badalado e só não o sabe ou reconhece quem anda muito distraído, quem já retira ou espera vir a retirar dividendos da situação ou então…quem tem medo. Sim, no concelho de Caminha, quase 40 anos depois do 25 de Abril, ainda há medo de se dizer o que se pensa. O delito de opinião existe. Todo aquele que, de algum modo, depende da câmara para ganhar a vida, e não nos esqueçamos que esta é, apenas e de longe, a maior entidade empregadora do concelho…que se cuide!
Não será, assim, por acaso, que os três partidos da oposição, PS, CDU e BE, venham convergindo, quase por unanimidade, nas duras críticas ao executivo e nas votações em assembleia municipal onde, por desgraça, estão em minoria. Como não será também por acaso que, pela primeira vez, tenham tido a iniciativa de avançar para a busca de uma tentativa de acordo entre si, no sentido de se apresentarem unidos, em coligação, ao eleitorado.
Lamentavelmente, isso acabou por não ser possível. A primeira e decisiva machada, foi dada pelo PCP. Os seus representantes abandonaram os trabalhos logo na segunda reunião, não por discordâncias locais, mas por orientação nacional do partido. As negociações entre o PS e o BE prosseguiram, houve acordo total a nível concelhio e distrital mas…a direção nacional deste último não o avalizou por estarem envolvidas apenas duas forças partidárias.
O PSD deve ter esfregado as mãos de contente. Acabara de lhe ser prestado um excelente serviço.
O PSD deve ter esfregado as mãos de contente. Acabara de lhe ser prestado um excelente serviço.
Para mim, que durante 37 anos consecutivos (!) participei em listas apoiadas pelo PCP, tendo sido eleito nos primeiros 33, sendo 13 para a Assembleia e 20 para a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, tudo isto foi uma dolorosa deceção e só pode ser justificado à luz de mesquinhas estratégias eleitoralistas partidárias que, pelos vistos, são mais valorizadas que os reais interesses da população de Caminha. Ora, assim, não contem comigo. Se ainda admiti integrar uma lista unitária, numa qualquer posição onde fosse considerado útil, nas atuais circunstâncias achei que era tempo de me retirar definitivamente das lides partidárias, que não das minhas responsabilidades como cidadão livre e preocupado com o contexto social em que estou inserido.
É precisamente nessa condição e assumindo a defesa de valores que me são muito caros, como sejam a liberdade e a equidade, diariamente espezinhados por uma maioria municipal com muito poucos escrúpulos, que tem como principal objectivo, não o desenvolvimento harmonioso do concelho e o bem-estar de todos os munícipes, mas antes a manutenção do poder pelo poder a qualquer custo, que me atrevo a pedir aos caminhenses, de todos os quadrantes, que não concordam com o prosseguimento de uma política geradora de injustiças, divisionismos e hostilidades doentios entre conterrâneos, que concentrem os seus votos, no dia 29 de Setembro, no único candidato capaz de materializar uma reviravolta neste estado de coisas e possa devolver a Caminha o são espírito de convivência democrática: o Miguel Alves, do Partido Socialista. Eu vou fazê-lo, com toda a convicção.