VILAR DE MOUROS SEMPRE

Blogue que visa a promoção e divulgação de Vilar de Mouros, sua cultura, seus interesses, necessidades, realizações e suas gentes, mas que poderá abordar também outros temas, de ordem local, regional ou mesmo nacional.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Almoço convívio - Sra da Peneda




      Teve lugar no Domingo, dia 28 de Março, no salão do C.I.R.V., - Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense, o segundo almoço-convívio promovido pela Comissão de Festas da Sra da Peneda e que tem como principal objectivo a angariação de fundos que permitam àquelas festividades, a realizar em meados de Agosto próximo, ter a maior animação e projecção possíveis.

      A edição de 2009 quase não existiu, tendo-se limitado à realização de cerimónias religiosas, como missa e procissão. Pelos vistos, a Comissão de Festas para 2010 parece ter caprichado em fazer um trabalho bem diferente, sério, pensado e preparado com bastante antecedência de forma a precaver-se de surpresas desagradáveis de última hora.
     Optou também por uma modalidade de obtenção de receitas inovadora, para este tio de eventos, em Vilar de Mouros, que passa pela promoção de almoços organizados e confeccionados pelos próprios mordomos e amigos, revertendo os lucros para as despesas com a festa.

     Parece uma iniciativa interessante e que está a ser, a avaliar pela adesão aos dois almoços já realizados, bem acolhida por muita gente. A seguir ao cozido à portuguesa e à feijoada, novas ementas parecem estar na” forja”.
    As minhas felicitações e desejos de sucesso para quem (e cada vez parece serem menos) persiste em trabalhar para a comunidade sem outros interesses que não sejam o de a servir e de manter bem vivas a sua cultura e tradições.
                                                                                                                           

domingo, 28 de março de 2010

Vlarmourense João Laerte com maqueta sua no Hospital de Viana

 No dia 25 de Março último foi colocada em exposição permanente, no átrio principal da entrada do Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo (Centro Hospitalar do Alto Minho, EPE), uma maqueta em gesso daquele edifício construída em 1970 pelo vilarmourense João Laerte.  (foto ao lado - clicar)
Apenas por curiosidade, refira-se que sua filha, Maria Clara Gonçalves Torres, trabalha nesse mesmo hospital, como enfermeira, há muitos anos.


                                  
A maqueta em causa, “perdida” numa qualquer arrecadação daquele estabelecimento hospitalar e em mau estado de conservação, acabou por ser restaurada pelo próprio autor, em 2009, em Vilar de Mouros, tendo depois feito parte da exposição que o GEPPAV – Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense levou a efeito nas instalações do C.I.R.V.,    em finais desse ano e que complementou o lançamento público do GEPPAV - Cadernos do Património Vilarmourense II, intitulado “Dos caiadores aos estucadores e maquetistas vilarmourenses”.

  
 Foi uma cerimónia simples mas importante, pelo que significa em termos de valorização dos muitos e grandes artistas vilarmourenses em geral, neste caso concreto dos maquetistas e muito em particular do meu conterrâneo e bom amigo João Laerte, cuja obra, colocada em local de grande visibilidade, vai poder ser admirada, diariamente, pelas muitas centenas de pessoas que se deslocam ao hospital de Viana do Castelo para aí visitarem familiares e amigos.









Estiveram presentes o autor (e também restaurador) da maqueta, Amaro Ferreira e Carlos Calheiros, respectivamente membro do Conselho de Administração e engenheiro responsável do Centro Hospitalar, bem como representantes do GEPPAV e eu próprio. No final foi oferecido, como gesto de reconhecimento, pela administração do hospital, um livro ao maquetista e outro ao GEPPAV.
                                                                                              

  
                                                                                            

domingo, 21 de março de 2010

Almoço dos Reis

  
Realizou-se no domingo, dia 14 de Março, no salão do C.I.R.V. - Centro de Instrução e Recreio Vilarmourense, o já tradicional Almoço dos Reis. Os vilarmourenses, sócios ou não daquela colectividade, bem como muitos amigos e convidados, já se habituaram, todos os anos e de forma ininterrupta há várias décadas, a pegarem nos seus pratos, talheres, bebidas e sobremesas e deslocarem-se ao C.I.R.V. para aí se deliciarem com um magnífico arroz de serrabulho e febras.  Claro que a comida não será o mais  importante num momento como este em que se juntam à mesma mesa trezentas ou quatrocentas pessoas. O que importa mesmo é o espírito de sã convivência, a confraternizão e o cimentar duma forte consciência de cidadania. Este Almoço dos Reis vem na sequência de uma visita de um grupo de tocadores e cantadores que, todos os anos, nas noites frias de Janeiro, percorre as casas da freguesia, desejando um bom ano novo, pedindo a colaboração das pessoas através da oferta de um chouriço (coisa cada vez mais rara...) ou de uma quantia em dinheiro. Eu próprio fiz parte desse grupo durante mais de trinta anos. Este ano parece ter sido complicado organizá-lo, por razões que me são estranhas mas que poderão ter a ver, pelo que constou, com a dificuldade em arranjar tocadores, tendo sido mesmo necessário recorrer a pessoas que não residem cá e que tocaram uma música diferente daquela que os vilarmourenses estão habituados a ouvir. Terá sido também essa a razão pela qual, pela primeira vez desde que me lembro, o "Grupo dos Reis" não actuou no palco no decurso do almoço. Foi pena mas, pelo menos, salvou-se o essencial, que é a concretização do almoço em si. Em alternativa participaram na festa um grupo de cavaquinhos de Amonde e uma jovem bailarina executou algumas danças do ventre. Usaram da palavra o Sr Presidente da Direcção, Mário Ranhada e a Sra Presidente da Junta, Sónia Fernandes, que fizeram referência ao momento difícil que a associação atravessa, apelando ao empenho dos sócios e manifestando esperança de que as coisas possam melhorar. A concluir falou a Sra Presidente da Câmara, Júlia Paula Costa, que destacou a importância das associações culturais e os esforços que o município vem desenvolvendo no sentido da criação de condições que permitam ser passada ao CIRV a respectiva licença de utilização, que ainda não possui e sem o que não lhe será permitida a candidatura a fundos financeiros. Porque uma iniciativa como esta exige um grande esforço e muitas preocupações, as minhas felicitações à direcção por, uma vez mais, a ter conseguido levar a cabo, não esquecendo todos quantos com ela colaboraram, desde o grupo que percorreu as casas da freguesia, aos cozinheiros (fardados a rigor na foto), serventes e ajudantes.










(Clique nas fotos para ampliar)

                 









quarta-feira, 17 de março de 2010

O porquê deste blogue agora

   António Pedro, um enorme e multifacetado vulto da arte e cultura portuguesas do século XX, que acabou por terminar em Caminha, onde foi recentemente homenageado pela passagem do centenário do seu nascimento (9 de Dezembro de 1909, em Cabo Verde) uma não muito longa, por ter falecido aos 56 anos, mas brilhante carreira artística, e para o qual trabalhou o meu pai, Victor Barrocas, como ceramista, primeiro na oficina de Moledo e depois na de Vilar de Mouros escreveu, com a simplicidade que costuma caracterizar os grandes Homens, que foi surrealista, e cito, "porque assim me apeteceu".


   Com todo o respeito e consideração que não posso deixar de sentir pela memória de tão ilustre personagem, com quem cheguei a conviver na minha infância e mocidade, vou socorrer-me das suas palavras para justificar o porquê do aparecimento deste blogue: "porque assim me apeteceu"!
   Claro que há factores conjunturais e de oportunidade que contribuíram para esta minha decisão. À maior disponibilidade de tempo que já possuía desde que me reformei, há uns seis anos, juntou-se agora a que me foi proporcionada pelo término de funções autárquicas, que exerci durante 33 anos de forma consecutiva, sendo os últimos 20 como secretário da Junta de Freguesia. Por outro lado, o "bichinho" da Internet e o hábito de publicar informações sobre Vilar de Mouros através dela foi-se enraizando em mim nos últimos quatro anos, por ter sido o grande responsável pela dinamização do site jf-vilardemouros.pt, criado pela anterior junta e recentemente desactivado pelo executivo actual. De facto e com a preciosa colaboração do amigo e companheiro João Arieira, sem cuja ajuda técnica, sobretudo no início, não teria sido viável o  lançamento   do site, todas as publicações me passaram pelas mãos. Vilar de Mouros pode orgulhar-se de ter sido a primeira freguesia do concelho de Caminha a ter criado um espaço na Net integralmente elaborado e actualizado pela sua junta. Também por isso é com bastante mágoa que vejo ser deitado para o lixo todo o conteúdo histórico adicionado ao longo de quase quatro anos, que tanto trabalho deu a construir e nem um cêntimo custou à freguesia, se exceptuarmos o insignificante preço do alojamento num portal da Web.


   A vida é assim. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e, é público, a vontade da nova junta é de mudança e de rompimento com o passado. Não se percebe muito bem a razão (a não ser por pressões externas), até porque foi nesse passado recente que Vilar de Mouros, através da sua junta, mais obra mostrou, mais enriqueceu o seu património e mais bons exemplos deu ao concelho. Referindo apenas alguns de que fomos pioneiros: o atendimento diário ao público, a criação do serviço de transporte de crianças para a escola, a criação de um Centro de Convívio diário e serviço de transportes gratuitos para idosos, a publicação periódica de um Boletim Informativo e o já referido site na NET.



Centro de Convívio
    Será com "isto" que é preciso romper? Esperemos bem que não mas também compreendo que, pelo menos no que ao site diz respeito, a nova junta não teria outra alternativa, uma vez que seria preciso muita coragem, eu diria atrevimento, aos novos eleitos para, logo no início do mandato e com toda a sua natural inexperiência, desafiar ou contrariar a vontade de um executivo camarário que, como me parece evidente, não suportaria que continuassem "no ar" tão fortes quão justas críticas em relação ao seu comportamento para com esta freguesia, nos últimos anos, como as que constavam em várias notícias, editoriais e outros documentos publicados.
    É que, só não sabe quem não quer ou não lhe convém saber (Vilar de Mouros sentiu-o bem na pele), o que acontece às freguesias cujos presidentes de junta se atrevem a "não colaborar" com este executivo municipal. E não deve haver colaboração?! Claro que deve, o problema está no significado que o poder instituído em Caminha atribui à palavra "colaboração". Qual é? Simplesmente, submissão total! Mesmo que não se concorde com as propostas camarárias, para que haja "colaboração", ou seja, obras na freguesia e outros apoios, há que as votar favoravelmente! Este conceito de democracia em que só há verdadeira liberdade de opção um dia de quatro em quatro anos é, para mim e para todos os que pensam que aquela tem de ser vivida no dia a dia, inadmissível. A História acabará por fazer justiça.


 Primeira viagem - 08/02/2006
    Assim sendo, não tenho dúvidas: tanto o site da junta como o Boletim Informativo, a continuarem, não poderão dizer uma única palavra que desagrade ou ponha em causa as decisões do município.


    Por tudo isto penso que se justifica a criação deste como, naturalmente, de outros espaços, que permitam às pessoas e não apenas àquelas que dizem sempre amen com o poder, manifestarem as suas opiniões de forma livre mas, isso sim, com educação e sem o recurso à utilização de palavras ou expressões ofensivas, insultuosas ou atentatórias da dignidade de quem quer que seja.


    Apesar de ter sido frontal e publicamente contra (sem necessidade de comunicados anónimos...) a forma "habilidosa" como esta junta foi constituída e, parece-me evidente, foi-o por interesses estranhos à freguesia, desde já garanto que não é minha intenção tentar criar dificuldades ao trabalho do novo executivo. Antes pelo contrário e como bom vilarmourense que me prezo ser, desejo e espero que cumpram um bom mandato. Mas também não me inibirei, se for caso disso e quando o achar útil, de fazer as críticas que a consciência me ditar, sempre com um espírito construtivo e contando com a colaboração de todos, quer através do envio de comentários, sugestões, opiniões ou outras formas.